ONU: AIDS matou uma pessoa por minuto no ano passado

Relatório da ONU apresenta números elevados de pessoas infectadas e pessoas que morreram por conta do HIV em 2023
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 23/07/2024 17h21
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Imagem: Nikolay132/Shutterstock
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Um relatório da ONU revelou que, em 2023, quase 40 milhões de pessoas viviam com o vírus HIV, causador da AIDS. 9 milhões das pessoas infectadas não receberam tratamento e, como resultado, a cada minuto alguém morria de causas relacionadas à doença.

Embora existam progressos para acabar com a pandemia global da AIDS, o relatório afirma que o progresso está lento, o financiamento está caindo e novas infecções estão crescendo em três regiões: Oriente Médio e Norte da África, Europa Oriental e Ásia Central, e América Latina.

Em 2023, cerca de 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas com a AIDS, um declínio significativo se comparado aos 2,1 milhões de mortes em 2004. Contudo, o número mais recente é mais do que o dobro da meta para 2025: ficar em menos de 250 mil mortes anuais.

Outro fator observado no relatório é a incidência elevada do HIV entre adolescentes e mulheres jovens em partes de África.

“Os líderes mundiais comprometeram-se a fazer AIDS deixar de ser uma ameaça à saúde pública até 2030, e podem cumprir a promessa, mas apenas se garantirem que o combate ao HIV tem os recursos necessários e os direitos humanos de todos estão protegidos”, diz Winnie Byanyima, diretora-executiva da UNAIDS, a divisão da ONU que lidera o esforço global para acabar com a doença.

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Meta de combate à AIDS para 2025 está longe de ser alcançada

  • Como parte do compromisso da luta contra a AIDS, os líderes mundiais prometeram reduzir as novas infecções anuais pelo HIV para menos de 370 mil até 2025.
  • Entretanto, o relatório afirma que em 2023 as novas infecções foram mais de três vezes superiores a esse número, atingindo 1,3 milhão.
  • No ano passado, entre os 39,9 milhões de pessoas do mundo que viviam com HIV, 86% sabiam que estavam infectadas, 77% tinham acesso a tratamento e para 72% o vírus foi suprimido, afirma o relatório.

César Núñez, diretor do escritório da UNAIDS em Nova York, disse em uma conferência de imprensa que houve progresso nos tratamentos do HIV.

Existem injeções que podem permanecer no corpo durante seis meses para combater a doença, mas as duas doses custam US$ 40 mil anuais, e apenas portadores do vírus com situação financeira privilegiada conseguiriam acesso ao medicamento.

A UNAIDS, afirma Núñez, tem solicitado ao fabricante das injeções que a disponibilize a um custo menor para países de baixa e média renda. Também existem esforços da agência para buscar a fabricação de uma vacina capaz de prevenir a AIDS.

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Dados da ONU mostram que meta para 2025 visando reduzir danos do HIV dificilmente será batida – Imagem: PENpics Studio/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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