O Planalto Andino, na América do Sul, só perde para o Planalto Tibetano em termos de altura e largura. A região se eleva, em média, a mais de 4 mil metros acima do nível do mar e foi formada pelo choque de placas tectônicas há mais de 20 milhões de anos. Agora, um novo estudo analisou como se deu o processo de criação das montanhas características do local, entre elas a Cordilheira dos Andes.

Foram reconstruídos os cenários dos últimos 24 milhões de anos

  • Os pesquisadores combinaram várias fontes de dados para rastrear a evolução do estresse e da deformação da crosta em toda a região de Puna, no planalto andino centro-sul nos últimos 24 milhões de anos.
  • Foram usadas imagens de satélite e uma técnica chamada modelagem direta para reconstruir as mudanças geométricas de deformações passadas.
  • Eles também usaram datação de urânio-chumbo para determinar as idades dos zircões, minerais resistentes cuja composição pode fornecer pistas sobre as condições em que se formaram.
  • Estes resultados, descritos em um artigo publicado na revista Eos.org, revelam mudanças regionais na magnitude e orientação das tensões que afetam o planalto.
Paisagem dos Andes (Imagem: Shutterstock)

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Os quatro estágios de formação dos Andes

A equipe separou a evolução do planalto em quatro estágios. O primeiro foi caracterizado pela compressão causada pelo choque entre placas tectônicas no sentido leste-oeste.

Após, houve dois momentos diferentes de transição. Por fim, o último estágio foi marcado por deslizamentos e a formação dos relevos atuais.

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Segundo os pesquisadores, compreender como se deu a elevação do Planalto Andino tem implicações para pesquisas mais amplas sobre como as cadeias de montanhas se formam.

foi formada pelo choque de placas tectônicas há mais de 20 milhões de anos (Imagem: Darragh Furey/Shutterstock)

A progressão identificada no novo estudo é semelhante às evoluções propostas para o Planalto Tibetano e para os Andes peruanos, de acordo com os autores. No entanto, esta última região, por exemplo, já atingiu níveis críticos de estresse, o que faz com que a crosta se espalhe e se afine em um processo conhecido como colapso orogênico.

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Por outro lado, de acordo com os pesquisadores, os resultados indicam uma ausência de falhas no Planalto Andino, sugerindo que ele ainda não está em colapso.