Tecido inteligente inspirado em tatus é macio, mas pode virar ‘escudo’

Material criado com ladrilhos de polímero em impressão 3D usa fios de metal para ficar macio ou rígido
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 25/07/2024 05h50, atualizada em 29/07/2024 20h47
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Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, criaram um tecido inteligente capaz de ficar macio ou rígido a qualquer momento. Para criar o material, que recebeu o nome de RoboFabric, a equipe se inspirou nas escamas protetoras dos cascos de animais como o tatu e o pangolim.

Entenda:

  • Cientistas de Singapura criaram um tecido inteligente que pode mudar do estado macio para o rígido com facilidade;
  • Criado em impressão 3D, o RoboFabric é feito de uma rede de ladrilhos de polímero conectados por fios de metal;
  • A pressão nos fios pode fazer com que o material fique mais macio em alguns momentos, e mais rígido em outros;
  • Além de passar por testes de levantamento de peso, o tecido já foi usado para criar uma pinça robótica de drone e um robô nadador;
  • A equipe espera que o RoboFabric possa substituir o gesso tradicional na regeneração de ossos lesionados e criar aparelhos de assistência articular.
Estado de rigidez do tecido pode ser controlado por fios de metal. (Imagem: Nanyang Technological University)

O RoboFabric é formado por uma rede de ladrilhos de polímero feitos em impressora 3D e interligados por fios de metal. É justamente a pressão desses fios que controla a rigidez do tecido: quando mantidos mais “folgados”, os ladrilhos se movem livremente e ficam mais macios. Ao apertar mais os fios, os ladrilhos são agrupados e o tecido se torna mais de 350 vezes mais rígido, conforme descrito pela equipe na Science Robotics.

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Tecido inteligente criou pinça de drone e robô nadador

Para imprimir o RoboFabric, os cientistas usaram escaneamentos 3D dos membros de voluntários. Todas as peças necessárias foram impressas em menos de uma hora, mas interligá-las manualmente com os fios de metal demandou mais tempo. A equipe acredita que o processo possa ser automatizado no futuro.

Yang Xudong, Wang Yifan e Chen Tianyu, criadores do RoboFabric. (Imagem: Nanyang Technological University)

O material foi testado em tarefas de levantamento de peso, proporcionando uma redução de até 40% da atividade muscular dos voluntários. O tecido também foi usado para criar uma pinça robótica acoplada a um drone e um robô nadador que se move conforme o estado do material é alterado.

Os cientistas também acreditam que o RoboFabric pode ser utilizado para substituir o gesso tradicional usado na regeneração de ossos lesionados, ou então para criar aparelhos de assistência articular para ajudar os usuários a realizarem tarefas físicas – como levantar objetos pesados – com menos esforço.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.