Oceano desconhecido pode estar escondido em lua de Urano

Novas descobertas obtidas pelo James Webb apontam que uma das luas de Urano pode ser abrigo para um novo oceano escondido no Sistema Solar
Por Tissiane Vicentin, editado por Lucas Soares 26/07/2024 17h57
Imagem de Ariel, uma das cinco luas de Urano
Imagem: NASA/Jet Propulsion Laboratory
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Seria possível um oceano escondido no nosso Sistema Solar? De acordo com recentes observações obtidas por meio do James Webb é possível, sim.

Segundo imagens capturadas pelo telescópio, uma das cinco luas de Urano, Ariel, teria sido identificada como abrigo para um inusitado oceano escondido sob a superfície de um dos hemisférios do satélite natural.

Enquanto a Terra possui características que possibilitam a existência da vida humana, há outras inúmeras “joias” identificadas no meio desse conjunto de corpos celestes do Sistema Solar.

Marte, por exemplo, é conhecido por suas superfícies avermelhadas compostas por ferrugem. Já Vênus é conhecido por suas altas temperaturas que deixam o planeta completamente inabitável.

Agora, a lua Ariel surge como um abrigo para um oceano escondido em sua superfície.

Imagem colorida de Ariel, uma das cinco luas de Urano
Crédito: NASA/JPL-Caltech

O oceano de Ariel: uma das joias escondidas no Sistema Solar

Por conta da sua superfície gélida e processos de criovulcanismo, o satélite natural de Urano é conhecido por ser o mais brilhante e é justamente ele quem teria apresentado também uma quantidade significativa de gelo de dióxido de carbono.

O que chamou atenção de pesquisadores, de acordo com um recente artigo publicado no Astrophysical Journal Letters, foi o fato de que, por conta das temperaturas médias do satélite natural, o monóxido de carbono não deveria estar presente na superfície – esse é um dos motivos para a suspeita de haver um oceano no local.

Simplesmente não deveria estar lá. É preciso baixar [a temperatura] para 30 Kelvins [ou cerca de 207°C] antes que o monóxido de carbono se estabilize

A explicação é de Richard Cartwright, pesquisador líder da equipe de especialistas do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins (APL) em Laurel, Maryland (Estados Unidos), responsável pela descoberta.

Para que seja possível a existência do monóxido de carbono, continua Cartwright, é preciso que esse composto seja ativamente reabastecido.

Outro sinal que aponta para a possível existência do oceano é a descoberta de sinais de minerais carbonáticos, compostos estes que só podem existir se houver uma interação entre rocha e água.

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A confirmação da descoberta, no entanto, ainda é preliminar e somente poderá ser comprovada por meio de uma missão espacial a Urano.

Até o momento, as únicas imagens disponíveis da superfície de Ariel foram feitas pelo Voyager 2, sonda espacial da NASA que, aliás, conseguiu capturar apenas 35% da superfície da lua – ou seja, ainda há muito a ser explorado.

Redator(a)

Tissiane Vicentin é redator(a) no Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.