Com o avanço dos confrontos entre nações ao longo dos tempos, a criação de armas e sistemas de defesa cada vez mais poderosos também aumentaram.

Enquanto a disputa entre Rússia e Ucrânia se aprofunda com o uso de drones, Israel se defende do Hamas (e de outras ameaças) com um sistema de mísseis a laser.

publicidade

Vários países do mundo todo também querem ter esse tipo de sistema e tentam desenvolver à sua maneira. A seguir, vamos conhecer melhor essa nova forma de defesa.

publicidade
Míssil sendo disparado
Iron Beam pode ser usado para diversos fins militares (Imagem: Reprodução/YouTube/RAFAEL Advanced Defense Systems Ltd.)

Sistema de defesa a laser: como funciona?

  • Oficialmente, esse sistema de defesa a laser de Israel se chama “Shield of Light” (escudo de luz, em português), mas é frequentemente chamado de “Iron Beam” (viga de ferro);
  • Trata-se de um High Energy Laser Weapon System (HELWS; em português, Sistema de Arma a Laser de Alta Energia);
  • Ela tem classe 100 quilowatts revelado, pela primeira vez, pela RAFAEL Advanced Defense Systems, empresa de tecnologia de defesa israelense, em 2014;
  • O sistema poderá ser implantado operacionalmente em 2025;
  • O Iron Beam foi projetado para engajar e neutralizar, rápida e eficazmente, “uma ampla gama de ameaças de um alcance de centenas de metros a vários quilômetros”;
  • Em suma, trata-se de um laser de defesa de mísseis com carregador quase “ilimitado”, ou seja, uma hora, ele vai acabar, mas dura bem mais do que os carregadores comuns, que dependem de mísseis para interceptar ataques;
  • O Iron Beam foi projetado para ser parte do atual sistema de defesa antimísseis multinível de Israel, o Iron Dome.

Abaixo, veja o Iron Beam em detalhes em vídeo produzido pela RAFAEL:

publicidade

Como explana o IFLScience, esse novo sistema de Israel é exemplo de sistema de energia direcionada, arma nova que usa feixes direcionados de radiação eletromagnética visando atingir objetivos militares (no caso, disparo de mísseis do céu).

Isso pode ser alcançado de várias formas, como pelo uso de feixes de partículas, micro-ondas de alta potência, ou lasers de alta energia (HEL, na sigla em inglês). As micro-ondas de alta potência e os lasers de alta energia costumam ser mais almejados por seu potencial uso estratégico, enquanto os sistemas HEL (o Iron Beam, por exemplo) são os mais comuns a receberem aplicações militares.

publicidade

Leia mais:

Sistema HEL

Os HEL são baseados em lasers de estado sólido que usam cristais para conseguir a conversão de energia elétrica em fótons. Esses lasers produzem os fótons que estão na porção infravermelha do espectro eletromagnético, o que significa que eles são invisíveis aos nossos olhos.

Para serem usados na guerra, depende da potência do comprimento de onda do fóton do laser, da potência do feixe e da superfície que está atingindo.

A exemplo: lasers de baixa potência, como os usados como ponteiros ou como exibições de luz em eventos, criam fótons que são parte do espectro visível. Eles são fracos, tendendo, portanto, a ricochetear nas superfícies sem danos.

Já os lasers de alta potência são usados para corte da carne humana em procedimentos médicos e, ainda, podem queimar, derreter ou vaporizar materiais em ambientes industriais.

Por sua vez, um sistema militar, como o Iron Beam, poderia cegar, cortar e até queimar mísseis ou drones de entrada, de modo a interromper suas trajetórias originais.

Contudo, esses sistemas HEL têm limitações. Eles possuem fonte de energia significativa para mantê-los operacionais. Mas, para causar danos a alvos que se aproximam e estão a certa distância, ele exige centenas de quilowatts de energia.

Em boa parte dos projetos de sistemas atuais, a fonte para essa energia é implantada com o veículo que transporta as armas, significando que o laser precisa ser recarregado após curto período.

Além disso, são sensíveis à chuva, neblina e até fumaça. Essas condições climáticas podem limitar a potência do feixe do laser e dispersá-lo.

Iron Beam sendo disparado à noite
Teste do Iron Beam (Imagem: Reprodução/YouTube/RAFAEL Advanced Defense Systems Ltd.)

E os EUA, como estão com esses sistemas?

Os EUA, um dos países líderes em armamentos de guerra, têm 31 programas de laser em execução, mas, até o momento, nenhum deles são confiáveis o bastante para operar em campo.

Em fevereiro deste ano, os militares estadunidenses implantaram quatro sistemas HEL instalados em caminhões para serem testados no Oriente Médio. São utilizados lasers de 50 quilowatts instalados em veículos de combate blindados Stryker.

A Marinha dos EUA também trabalha com o sistema, mas baseado em navios. Ele tem como alvo drones, morteiros, mísseis e helicópteros. A exemplo, o USS Preble, foi equipado com o Laser de Alta Energia com Sistema Integrado de Deslumbramento Óptico e Vigilância (HELIOS, na sigla em inglês) em 2022.

A Força Aérea do país também analisa a tecnologia, de modo que ela possa ser instalada em seus aviões para defesa e ataque. Já a Rússia vem desenvolvendo um sistema HEL que fica em solo capaz de mirar e “cegar” satélites inimigos.