Essas IAs fazem música — e gravadoras não estão gostando

Sony, Warner e Universal Music, processaram as start-ups de IA em junho, acusando-as de violação de direitos autorais
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 02/08/2024 12h46
suno
Imagem: Ralf Liebhold/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Suno e Udio, duas startups de IA que usam músicas de artistas em seus modelos, responderam a ações judiciais de direitos autorais movidas contra elas por grandes gravadoras. A Suno argumenta que o caso contra ela é “fundamentalmente falho tanto nos fatos quanto na lei”. As informações são da Reuters.

As startups alegam que treinar os seus modelos de IA em músicas protegidas por direitos autorais pertencentes às editoras discográficas para criar serviços que permitam a qualquer pessoa criar música constitui “utilização justa” conforme o que está na lei.

“É um uso justo, sob a lei de direitos autorais, fazer uma cópia de uma obra protegida como parte de um processo tecnológico de back-end, invisível ao público, a serviço da criação de um novo produto, em última análise, não infrator”, argumentou a Suno em um documento encaminhado ao tribunal.

Detalhes da ação judicial contra Suno e Udio

  • Grandes gravadoras, incluindo Sony Music, Universal Music Group e Warner Records, entraram com ações judiciais contra a Suno, com sede em Massachusetts, e a Udio, com sede em Nova York, no final de junho.
  • As gravadoras acusam as startups de violação de direitos autorais ao usar músicas pertencentes às gravadoras para treinar seus sistemas de IA.
  • No início do ano, centenas de músicos – incluindo Billie Eilish e Katy Perry – assinaram uma carta aberta pedindo aos desenvolvedores que parassem de usar IA para “desvalorizar os direitos dos artistas humanos” e “sabotar a criatividade”.
música ia
Gravadoras e artistas desaprovam o uso de suas músicas por startups de IA – Imagem: Thongden Studio/Shutterstock

Leia mais:

“Não há nada de justo em roubar o trabalho da vida de um artista, extrair seu valor central e reembalá-lo para competir diretamente com os originais”, disse um porta-voz da Recording Industry Association of America, em resposta aos comentários de Suno e Udio.

A Suno argumentou em sua resposta judicial que o processo visa bloquear suas atividades musicais porque as gravadoras não querem “concorrência”.

Suno e Udio arrecadaram milhões em investimentos para desenvolver suas tecnologias generativas de IA. Em abril, a Udio levantou US$ 10 milhões em financiamento inicial da A16z, empresa do cofundador do Instagram, Mike Kreiger, e dos músicos Will.i.am e Common.

No mês seguinte, Suno levantou US$ 125 milhões em uma rodada de financiamento apoiada pela Lightspeed Venture Partners.

Suno
A Suno se defendeu de acusações, dizendo que seu trabalho com músicas e IA não fere nenhuma lei de direitos autorais – Imagem: Suno/Divulgação
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.