É público que várias empresas e países perseguem metas ambiciosas de descarbonização. E, para alcançá-las, utilizam os mais variados métodos, sejam filtros específicos, troca de combustíveis ou até mesmo a compra de créditos de carbono.

Por se tratar de um tema relativamente novo, é natural que a maioria das pessoas não saiba direito o que isso significa. Mais do que isso: não sabemos se essas medidas são realmente eficazes ou se eles estão apenas nos enganando de alguma maneira. Ou talvez nem estejam enganando, mas não entendam mesmo como funciona esse mercado.

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Pensando nisso, uma organização sem fins lucrativos acaba de lançar uma iniciativa internacional chamada Carbon Removal Standards. O objetivo é ajudar a desenvolver padrões para esforços de redução e sequestro de CO2.

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O projeto conta com o apoio de gente muito poderosa nos bastidores, entre elas o bilionário Bill Gates, da Microsoft, representado por sua empresa de investimentos climáticos, a Breakthrough Energy Ventures.

Bill Gates
O bilionário Bill Gates é reconhecido por suas preocupações ambientais – Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock

Um pouco de fiscalização, um pouco de orientação

  • A remoção de dióxido de carbono pode vir de maneiras diferentes.
  • Você pode construir, por exemplo, uma instalação industrial para filtrar CO2 do ar ou da água do mar.
  • Embora possam parecer verdes no papel, essas ideias talvez não estejam sendo eficazes o suficiente.
  • Explico: essas “fábricas” costumam usar muita energia – e a energia, principalmente na Europa, vem justamente do setor de óleo e gás, que é um dos que mais poluem.
  • É por isso que alguns especialistas afirmam que retirar o CO2 do ar talvez não seja a alternativa mais eficiente.
  • Outro ponto importante é que algumas empresas estão investindo nisso, mas não deixam de gerar poluição na outra ponta, com seus produtos principais.
  • Os especialistas também alertam que esse tipo de iniciativa pode atrasar uma transição dos combustíveis fósseis para os carros elétricos – ou para combustíveis mais “limpos”, como o nosso etanol.
  • A ideia do Carbon Removal Standards Initiative é justamente ajudar a entender melhor as alternativas.
Governo de São Paulo e Suécia juntos em estudo para a descarbonização do transporte
A descarbonização é um assunto que interfere nas agendas pública e privada – Imagem: Scharfsinn/Shutterstock

Uma preocupação global

A União Europeia está desenvolvendo a primeira estrutura de certificação para tecnologias de remoção de carbono. É algo parecido com o que se propõe a fazer a Carbon Removal Standards Initiative.

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No setor privado, grupos da indústria criaram seus próprios projetos para começar a se livrar do carbono.

Já Stripe, Alphabet e Meta, por sua vez, lançaram um esforço chamado Frontier para conectar propostas de remoção de carbono com empresas interessadas em pagar por isso. É o conceito de crédito de carbono, que nasceu em 1997 com o Protocolo de Quioto e que consiste num esquema de compensação. Um crédito equivale a uma tonelada não emitida de CO2. Se você não bateu meta, então “compra” de quem conseguiu.

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É verdade que toda a ajuda é bem-vinda. Precisamos, no entanto, aprender a focar os esforços. Essa é a proposta dessa nova iniciativa.

O grupo, aliás, já montou um banco de dados com artigos acadêmicos, white papers da indústria e outros recursos sobre o cenário emergente. Você pode acessar todo o material clicando neste link aqui.

As informações são do The Verge.