Nesta quarta-feira (14), o Google fez alerta sobre as eleições presidenciais nos EUA. A big tech afirma que o Irã estaria realizando uma operação de hacking voltada às campanhas dos presidenciáveis.

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Logo do Google em fachada
Google fez o alerta já em maio (Imagem: Alex Dudar/Unsplash)

Além disso, a gigante das buscas diz que o hack seria mais abrangente do que se sabia anteriormente, pois os hackers estariam tendo, como alvo, contas de e-mail de autoridades dos EUA e de pessoas associadas à vice-presidente Kamala Harris, ao presidente Joe Biden e ao ex-presidente Donald Trump.

Irã já teria atacado alvos de alto escalão anteriormente, segundo Google

  • Segundo a empresa, em maio e junho, um grupo de hackers ligado ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã tentou atacar e-mails pessoais de cerca de uma dúzia de pessoas associadas a Biden e Trump, inclusive, funcionários do governo;
  • Ainda hoje, o Google testemunha tentativas mal-sucedidas desses criminosos iranianos de logarem nas contas de associados a Trump, Biden e Harris, bem como às contas de ambas as campanhas presidenciais, de Trump e Harris;
  • Além desse suposto ataque, há outras evidências de fortes tentativas do Irã de obter inteligência sobre a campanha presidencial dos EUA de 2024, relata a CNN;
  • Nesta semana, vários veículos informaram que os supostos hackers do Irã violaram o e-mail pessoal do ex-agente republicano Roger Stone, visando se infiltrar na campanha de Trump;
  • Segundo o Google, os criminosos invadiram, com sucesso, a conta Gmail pessoal de “um consultor político de alto perfil”, mas um porta-voz da empresa não quis confirmar quem seria essa pessoa (talvez Stone ou outro).

A empresa, porém, informou que passou as informações sobre a operação hacker iraniana para as autoridades estadunidenses no começo de julho e segue cooperando.

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Logo do Gmail em um smartphone
Gmail foi alvo de ataque dos iranianos (Imagem Mojahid Mottakin/Shutterstock)

Além disso, o Google informou ter dito a ambas as campanhas presidenciais que está “observando atividade maliciosa intensificada originada de atores estatais estrangeiros” e enfatizou “a importância de proteções de segurança de conta aprimoradas em contas de e-mail pessoais”.

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Posicionamento de Harris e Trump

Nesta terça-feira (14), a campanha de Harris confirmou ter sido alvo de “operação de influência de hackers estrangeiros”, mas indicou não estar “ciente de nenhuma violação de segurança de nossos sistemas resultante desses esforços”.

Com menos de 100 dias para a eleição, está claro que nossos adversários estrangeiros estão intensamente interessados ​​em interromper nosso processo democrático.

Senadores Mark Warner e Marco Rubio, em declaração

O suposto ataque contra a campanha de Trump em maio e junho, causou confusão na campanha, FBI e Microsoft, que detectaram as tentativas de ataque cibernético, visando conter o ocorrido e determinar se havia ameaça cibernética mais ampla do Irã.

Em relatório, a Microsoft disse que o hack tinha como alvo campanha presidencial não divulgada. Ainda, uma conta de e-mail pseudônima vazou documentos da campanha de Trump, mas não se sabe se os dois eventos têm relação.

A campanha do ex-presidente culpa o Irã pelo vazamento, contudo, o governo dos EUA não oficializou o responsável até o momento.

Do lado do Irã, houve negação quanto às acusações. “O governo iraniano não possui nem abriga nenhuma intenção ou motivo para interferir na eleição presidencial dos Estados Unidos”, disse um porta-voz da Missão Permanente do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU).

“O Irã tem a capacidade e a intenção” de mirar a eleição dos EUA com operações de influência, disse William Evanina, ex-diretor do National Counterintelligence and Security Center, agência de contrainteligência dos EUA. E Teerã está disposto a correr riscos que outros governos podem não estar, continuou.

“Acredito que eles serão agressivos pelos próximos 90 dias, com certeza”, disse Evanina, referindo-se ao tempo restante antes da eleição, que será realizada em 5 de novembro.