Os implantes ortopédicos, como de quadril e joelho, normalmente, são feitos de ligas metálicas inoxidáveis, como cobalto e titânio. Apesar das opções disponíveis atualmente serem eficazes e usadas amplamente no setor médico, pesquisadores encontraram forma de tornar o material mais seguro contra infecções bacterianas.

A mudança foi relativamente simples e envolveu adição de gálio, outro tipo de metal, na composição dos implantes.

publicidade

Imagem mostra um menino sendo atendido por um médico em um consultório. O médico tem sua mão posicionada no joelho do paciente e seguro um raio-x
Implantes de joelho e quadril podem ter melhoria graças a novo metal (Imagem: H_Ko/Shutterstock)

Implantes de joelho e quadril são seguros, mas também estão sujeitos a falhas

Os implantes de titânio para quadril e joelho devolvem a mobilidade para muitas pessoas, mas continuam sujeitos a falhas.

publicidade

Como explicou o New Atlas, essas estruturas metálicas ficam entre os tecidos ósseos dos pacientes. Se as bactérias tiverem acesso à região, mesmo que superficialmente, elas podem se apossar da superfície do implante e causar infecção, atrapalhando a conexão osso/implante.

Nesse caso, é necessário passar por nova cirurgia para retirar o implante, tratar a infecção e, depois, substituí-lo. Outro problema é que o titânio e outras ligas metálicas são rígidas e não acompanham a flexibilidade dos ossos do quadril e do joelho. Isso pode levar a estresse na região e até doer.

publicidade

Pesquisadores compararam desempenho das três ligas metálicas; da esquerda para direita, as duas primeiras são titânio-gálio e a terceira é composta apenas por titânio (Imagem: Journal of Functional Biomaterials)

Leia mais:

publicidade

Mudança foi simples, mas eficaz

Pensando nisso, cientistas da Flinders University (Austrália), fizeram mudança simples na estrutura dos implantes de quadril e de joelho: adicionaram um pouco de gálio à liga metálica já existente. O metal é conhecido por suas propriedades antibacterianas e é mais flexível que o titânio. Os detalhes foram publicados no Journal of Functional Biomaterials.

Eles fizeram dois testes: na primeira tentativa, adicionaram 3% de gálio à liga de titânio. Já na segunda, adicionaram 5%. Depois, eles expuseram os novos implantes à bactéria Pseudomonas aeruginosa, conhecida por infectar esse tipo de estrutura.

Resultados são positivos para implantes de quadril e joelho

Os resultados foram positivos. Veja:

  • Durante seis horas, as duas novas ligas metálicas erradicaram 90% e 95% dos micróbios que tentaram infectá-la, respectivamente. Já uma amostra de titânio exposta à mesma bactéria eliminou apenas 3%;
  • O efeito antibacteriano dos implantes modificados continuou agindo depois das seis horas iniciais;
  • Não houve nenhum prejuízo às células humanas durante 24 horas;
  • Em relação à flexibilidade, as novas ligas metálicas tiveram módulo de Young 37% e 44% menor do que o titânio puro (respectivamente). O módulo de Young indica o quão fácil é dobrar um material;
  • Os pesquisadores explicaram que, apesar de não serem fracos, os implantes não são mais flexíveis e ainda podem ser deformados. Eles esperam que pesquisas adicionais encontrem formas de aumentar a dureza sem comprometer a flexibilidade.