Canadá anuncia primeiro complexo mundial de remoção de carbono

Primeira instalação de captura de carbono do mundo promete remover 3.000 toneladas de CO2 do ar anualmente
Por Flavia Correia, editado por Lucas Soares 19/08/2024 10h26, atualizada em 19/08/2024 14h26
Deep-Sky-remocao-de-carbono-1920x1080
Conceito artístico da instalação de remoção de carbono da Deep Sky Labs, no Canadá. Crédito: Deep Sky
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Em um comunicado, a empresa Deep Sky, do Canadá, anunciou um plano ambicioso: construir o primeiro centro mundial dedicado à inovação e comercialização de tecnologias para remoção de carbono. O local escolhido é Innisfail, uma pequena cidade a cerca de uma hora ao norte de Calgary, em Alberta.

A batalha para alcançar a neutralidade em emissões de carbono exige diversas abordagens. Uma das mais comuns é a redução direta da pegada de carbono nas atividades que já realizamos. Outras estratégias incluem o plantio de árvores e a restauração de ecossistemas, como as turfeiras, para absorver o gás naturalmente. O que a Deep Sky propõe é uma nova frente de ação: a captura direta de CO2 da atmosfera.

Empresa canadense propõe uma frente de ação para alcançar a neutralidade em emissões de carbono: a captura direta da atmosfera. Crédito: Marharyta Kovalchuk – Shutterstock

Empresa diz que pode remover três mil toneladas de carbono por ano

Segundo a empresa, o complexo terá a capacidade de capturar até três mil toneladas de CO2 por ano. Esse número pode parecer pequeno, equivalente à compensação anual das emissões de cerca de 227 canadenses ou 218 americanos, mas a Deep Sky enfatiza que isso é apenas o início de algo muito maior.

Damien Steel, CEO da companhia, destaca que este projeto é pioneiro em todo o mundo e servirá como um campo de testes para tecnologias que podem transformar a nascente indústria de captura de carbono em um mercado de trilhões de dólares no Canadá.

Além de capturar carbono, a instalação será uma plataforma para o desenvolvimento de novas tecnologias e ideias. De acordo com a Deep Sky, o centro permitirá que diferentes conceitos de Captura Direta de Ar (DAC) sejam testados simultaneamente, ajudando a superar os desafios que dificultaram projetos globais anteriores de remoção de carbono.

Conceito artístico da planta do centro de remoção de carbono da Deep Sky Labs, no Canadá. Crédito: Deep Sky

Leia mais:

Oito tecnologias de DAC já estão previstas para serem implementadas no local, que deve começar a operar até o final do próximo ano. “Esses provedores de DAC de elite incluem Airhive, Avnos, Phlair (anteriormente Carbon Atlantis), Greenlyte Carbon Technologies, Mission Zero, NEG8 Carbon, Skyrenu e Skytree. Juntos, os parceiros representam o principal CO do mundo2 tecnologias de remoção de carbono, reunindo-se pela primeira vez no Canadá, a capital mundial da remoção de carbono”, diz o comunicado da empresa, complementando que ainda há espaço para mais duas tecnologias adicionais, com a possibilidade de expansão no futuro.

Um dos principais objetivos da Deep Sky é produzir “créditos de carbono de alta integridade”, uma resposta às críticas recentes de que a maioria dos créditos disponíveis no mercado são ineficazes ou até prejudiciais. O problema, segundo especialistas, está na dificuldade de medir com precisão a eficácia das iniciativas de redução de emissões.

Nesse sentido, a Deep Sky pretende se destacar. Os créditos de carbono gerados pelos seus projetos serão monitorados e validados através de um sistema digital de Medição, Relatório e Verificação (MRV), garantindo que atendam aos mais rigorosos padrões globais e que tenham impacto real e duradouro.

Embora a capacidade inicial do centro seja modesta, Steel acredita que ele representa um avanço significativo para a sustentabilidade ambiental e a economia global. Segundo ele, “não se pode subestimar a importância deste primeiro centro de inovação e comercialização de remoção de carbono para o Canadá e para o planeta”.

Fique por dentro das novidades científicas. Se inscreva no canal de Ciência do Olhar Digital  no WhatsApp!

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.