Uma nova variante do HIV está circulando em pelo menos três estados do Brasil, conforme divulgado em um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa, publicada na revista “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz” no dia 16, revela a descoberta dessa variante em amostras de sangue de pessoas soropositivas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

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Os cientistas analisaram uma amostra genética de 2019, coletada de um paciente em Salvador, e identificaram fragmentos dos tipos B e C do HIV.

Comparando essas sequências com dados científicos, descobriram outras três amostras similares em diferentes partes do Brasil. Isso levou à identificação da nova variante como CRF146_BC.

Origem da nova variante do HIV

  • A nova variante pode ter surgido de uma coinfecção, onde um paciente é infectado simultaneamente pelos tipos B e C do HIV, resultando em um híbrido.
  • Joana Paixão Monteiro-Cunha, uma das autoras do estudo, sugere que um único paciente pode ter iniciado a transmissão dessa variante no Brasil, que parece estar se espalhando pelo país.
  • Embora os tipos B e C sejam responsáveis por cerca de 80% das infecções no Brasil, com o tipo B sendo o mais comum, a nova variante tem maior parte de seu material genético do tipo C.
  • Isso pode indicar uma vantagem adaptativa para o tipo C.
Teste de HIV.
Variante do HIV nasceu de combinação de dois tipos do vírus (Imagem: mikeforemniakowski/Shutterstock)

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Novos estudos são necessários para entender melhor como a nova variante se comporta em termos de transmissão e progressão da infecção para a AIDS. No entanto, não há evidências de que o tratamento atual precise ser alterado.

Desde 1980, mais de 150 combinações entre variantes do HIV foram identificadas globalmente, e a pesquisa continua essencial para monitorar e controlar a disseminação do vírus.

Por enquanto, a aparição da nova variante não exige mudanças no tratamento existente contra a AIDS – Imagem: fizkes/Shutterstock