O fotógrafo brasileiro Rafael Mesquita conseguiu um feito raro. Ele capturou com suas lentes uma tartaruga-gigante enquanto ela nadava pelas águas de uma praia em Ilhabela, litoral de São Paulo.

A tartaruga-gigante não é chamada assim à toa. Ela, de fato, é considerada a maior tartaruga do mundo, podendo alcançar cerca de 2,5 metros de comprimento de carapaça, além de chegar a 700 quilos.

publicidade

“Eu só havia visto uma tartaruga viva dessa espécie duas vezes e agora tive o privilégio não só de ver novamente, mas de mergulhar com ela em Ilhabela”, afirmou Mesquita, por meio do seu perfil no Instagram.

Vale dizer, no entanto, que o tamanho da tartaruga avistada pelo fotógrafo não foi divulgado.

Ainda de acordo com Mesquita, as tartarugas-gigantes se alimentam principalmente de águas vivas e zooplâncton e podem mergulhar a mais de 1 mil metros de profundidade.

O fotógrafo também agradeceu a ajuda de um colega, o também fotógrafo Frank Santos, quem primeiro avistou a espécie transitando pelo local.

A tartaruga-gigante de Ilhabela

Também conhecida pelo nome tartaruga-de-couro, a espécie é considerada “vulnerável”, segundo a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) – o que significa que a espécie tem risco de entrar em extinção na natureza.

de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) brasileiro, a classificação é “Criticamente em perigo”, o que significa que “as melhores evidências disponíveis permitem considerar que a espécie está enfrentando risco extremamente alto de extinção na natureza”.

Filhotes de tartaruga gigante fotografados na areia
Filhotes de tartaruga gigante durante a desova. Crédito: reprodução/Projeto Tamar

De acordo com a Fundação Projeto Tamar, que atua no litoral brasileiro em prol da recuperação e conservação das tartarugas marinhas, uma das curiosidades da tartaruga-gigante é que as desovas regulares encontram-se geralmente no litoral norte do Espírito Santo – o que pode explicar a proximidade dela ser avistada no litoral um pouco mais abaixo no mapa.

O Projeto Tamar, aliás, é um dos responsáveis pela preservação da espécie em território brasileiro. 

Eles trabalham para garantir que as ovas das tartarugas-gigantes estejam protegidas nos locais adequados e tenham as condições necessárias para se desenvolverem.

Mesquita afirma também que um dos principais problemas que contribuem com a vulnerabilidade da espécie é o “bycatch”, termo inglês para se referir à captura acidental de espécies durante uma pescaria.

“De hábitos pelágicos, esses répteis estão classificados como vulneráveis à extinção e as principais ameaças à elas são a degradação do ambiente marinho, o bycatch, as ações humanas no mar e nos litorais (principalmente emalhe e atropelamentos), a poluição química e física do oceano e a poluição luminosa das praias. Essa aí teve sorte de sobreviver até hoje e eu tive a sorte de encontrá-la!”