A Lionsgate tirou do ar o trailer de Megalopolis, novo filme de Francis Ford Coppola, que trazia citações falsas atribuídas a críticos de cinema famosos. Especialistas suspeitam que o ChatGPT tenha sido usado para selecionar os trechos. E a inteligência artificial os inventou.

O vídeo, lançado na quarta-feira (21), tinha trechos de supostos comentários negativos sobre outros filmes do cineasta, como O Poderoso Chefão e Apocalypse Now. O estúdio, um dos maiores de Hollywood, reconheceu o erro e pediu desculpas por ele. Mas não explicou o que aconteceu.

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“Oferecemos nossas sinceras desculpas aos críticos envolvidos e a Francis Ford Coppola e à American Zoetrope por esse erro imperdoável em nosso processo de verificação. Erramos. Sentimos muito”, disse um porta-voz da Lionsgate em declaração à Variety.

Trailer de Megalopolis mirava críticos, mas (possível) mau uso da IA fez tiro sair pela culatra

O trailer, carregado de citações, parecia ser daqueles que mira os críticos de cinema. Mas poucas horas após ser publicado começaram a pipocar reportagens – como essa da Vulture – apontando que os trechos atribuídos a críticos eram falsos ou estavam errados.

Silhueta de homem se equilibrando num pé na beira de um prédio alto
Trailer de Megalopolis com citações falsas levantou suspeitas de que IA estava envolvida (Imagem: Divulgação)

O caso levantou suspeitas por parte do público e até de especialistas ouvidos pela imprensa estadunidense de que o ChatGPT (ou alguma plataforma de IA parecida) tinha sido usado.

A suspeita virou primeiro para o chatbot da OpenAI pela sua fama de criar citações e até URLs falsos para conteúdo que não existe. É o famoso: na dúvida, inventa. Só que o ChatGPT não te avisa que inventou. Por isso, recomenda-se fortemente que você cheque tudo que o chatbot te entrega.

Imagem estilo retrato de homem do filme Megalopolis sob iluminação azulada e avermelhada
Estúdio responsável por Megalopolis pediu desculpa pela veiculação de citações falsas em trailer (Imagem: Divulgação)

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O site The Verge perguntou à Lionsgate se alguma ferramenta com inteligência artificial generativa – aquela que “cria” conteúdo – tinha sido usada na produção do trailer. Mas, até a publicação desta nota, o estúdio não tinha respondido. Neste caso, quem cala, consente?