Com o passar dos anos, nossas capacidades cerebrais tendem a se deteriorar. Esquecemos fatos de forma mais recorrente, e o raciocínio pode ficar mais lento. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento humano. Mas, talvez, no futuro, ele possa ser evitado com uma ajudinha de uma substância presente na cannabis.

Um novo experimento científico descobriu que o tetrahidrocanabinol (THC), o principal ingrediente ativo da planta, é capaz de retardar os sinais convencionais do envelhecimento cerebral em ratos. Detalhes da investigação foram divulgados na revista ACS Pharmacology & Translational Science.

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A cannabis retardou os sinais de envelhecimento cerebral em ratos – (Foto: Bukhta Yurii/Shutterstock)

Como a cannabis mantém o cérebro de ratos “jovens”

  • Pesquisas anteriores já haviam revelado que baixas doses de cannabis podem melhorar a memória e a capacidade de aprendizado de ratos idosos.
  • No novo experimento, cientistas exploraram a relação entre o THC e a cognição e descobriram o que está por trás do efeito antienvelhecimento.
  • Nele, dois grupos de ratos – mais jovens e mais velhos – receberam uma dose baixa diária de THC por 28 dias. Parte deles não recebeu nada, para comparação de resultados.
  • Entre os animais que tomaram a dose, houve um aumento da atividade de uma proteína chamada mTOR, associada à regulação saudável do metabolismo celular.
  • Enquanto no tecido adiposo, essa mesma atividade proteica caiu, o que ajuda a reduzir certos processos ligados ao envelhecimento biológico.
  • Além disso, os ratos também apresentaram maior produção de proteínas necessárias para formar novas sinapses entre os neurônios do cérebro.
  • Esses fatores, em conjunto, mantiveram o cérebro dos ratos mais “jovem”.
Ingrediente presente na cannabis causa alterações em processos do cérebro que ajudam a evitar o envelhecimento – Imagem: Reprodução

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Tratamento antienvelhecimento com cannabis

Um tratamento de longo prazo com baixas doses de cannabis parece melhorar a capacidade cognitiva e provocar mudanças nos processos metabólicos e sinápticos do cérebro que contribuem para evitar o envelhecimento. Pelo menos isso é o que acontece com ratos de laboratório.

No entanto, a cannabis pode ter efeitos tanto positivos quanto negativos no cérebro humano. Por isso, as novas descobertas ainda precisam ser observadas e estudadas no nosso organismo.

De qualquer modo, mesmo sem uma certeza, o que já sabemos sobre os ratos é um caminho para que a ciência encontre formas de evitar que o cérebro humano se deteriore ao longo do tempo. Quem sabe, no futuro, um medicamento à base de cannabis mantenha nossa mente jovem e saudável.