Uma dúvida frequente de donos de carros elétricos sempre é: quanto tempo dura uma bateria? Nós já falamos sobre esse assunto em outro texto aqui do Olhar Digital. Em média, ela dura algo em torno de 8 anos, ou 160 mil quilômetros rodados, prazo dentro da garantia dos fabricantes.

Para isso acontecer, no entanto, é preciso respeitar as orientações do manual. Sim, as montadoras deixam tudo explicadinho no documento, inclusive a melhor forma de uso e de carregamento.

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Assim como acontece com o seu celular, você pode prolongar ou encurtar a vida da bateria de um carro dependendo da maneira que você faz as recargas.

As baterias tradicionais de níquel-manganês-cobalto (NMC), por exemplo, nunca devem ser energizadas até os 100%. Isso pode reduzir a capacidade do material ao longo do tempo. A explicação é científica: a longevidade da bateria é associada ao calor e à voltagem. Quanto maior o estado de carga, maior a voltagem e o calor no pacote, o que acelera a degradação.

Um outro tipo de bateria, a de fosfato de ferro-lítio (LFP), funcionaria diferente, de acordo com as fabricantes. E o verbo está na condicional porque, hoje, as empresas defendem a recarga de 100%. Um estudo encomendado pela Tesla, porém, pode mudar tudo.

Estudo mostra que carregar a bateria do seu carro em 100% pode não ser um bom negócio – Imagem: Rodrigo Mozelli (gerado com IA)/Olhar Digital

Baterias modernas também não devem ficar em 100%, diz estudo

  • Os EVs que usam baterias de fosfato de ferro-lítio estão ganhando popularidade.
  • Comparados às baterias tradicionais, os pacotes LFP são mais baratos de produzir, apresentam menor risco de incêndio e oferecem maior longevidade.
  • Eles, no entanto, são menos densos em energia – e é por isso que as montadoras normalmente usam baterias LFP em modelos básicos apenas.
  • Como já disse, as montadoras recomendam carregar a bateria LFP do seu veículo a 100% periodicamente.
  • Isso preservaria a saúde da bateria e evitaria um desempenho reduzido.
  • Só que um novo estudo publicado no Journal Of Electrochemical Society contradiz o que as montadoras têm dito sobre os padrões de carga do LFP.
  • O artigo afirma que ciclos de carga repetidos em um estado de carga mais alto podem danificar as células LFP ao longo do tempo.
  • Os pesquisadores descobriram que manter baterias LFP totalmente carregadas cria compostos nocivos na bateria devido à alta voltagem e ao calor.
  • Conforme você faz o ciclo da bateria com frequência – ou seja, descarrega e carrega completamente – esses compostos nocivos se depositam no eletrodo negativo, consumindo lítio e causando a degradação.

Aplicação prática

Se você tem um bom nível de Inglês e gosta de cálculos, esse vídeo a seguir ajuda a explicar a ciência por trás do desgaste e dos índices de carregamento.

Uma coisa interessante dita pelo youtuber Jason Fenske, do canal Engineering Explained, é a seguinte: carregar sua bateria 100% não significa que você vai destruir seu veículo. O nível de deterioração é relativamente pequeno, não é tão crítico assim.

Até porque, na vida real, tem gente que vai precisar de 100%: alguém que vai fazer uma viagem longa e que não tem como recarregar nesse meio tempo, por exemplo.

Agora, para alcançar o melhor desempenho possível, aí sim você deve evitar esse tipo de carregamento.

As informações são do Inside EVs.