Nesta quarta-feira (28), a Nvidia divulgou seus resultados do último trimestre, no qual apresentou forte crescimento de receita e perspectiva financeira robusta, agradando aos investidores de inteligência artificial (IA), que se preocupam com o possível fim do boom da tecnologia, algo que parece distante de acontecer.

Entre maio e julho, a gigante dos chips gráficos e de IA obteve 122% de aumento em suas receitas, com suas vendas subindo para US$ 30 bilhões (R$ 166,93 bilhões, na conversão direta). O lucro da empresa mais que dobrou, indo para US$ 16,6 bilhões (R$ 92,36 bilhões).

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A receita da divisão de data center da empresa obteve lucro de US$ 26,3 bilhões (R$ 146,34 bilhões), aumento de 154% em relação ao ano anterior e de 16% em relação ao trimestre anterior. Já a divisão de jogos e computadores pessoais de IA obteve US$ 2,9 milhões (R$ 16,13 milhões), aumento de 16% ante o mesmo período em 2023.

Chip acoplado em uma placa-mãe com escrita "IA" em branco; à esquerda, um smartphone mostra o logo da Nvidia
Setor de chips de IA da empresa segue firme e forte (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

A área de visualização profissional também teve resultado positivo e obteve lucro de US$ 454 milhões (R$ 2,52 bilhões), tendo aumento de 20% em relação ao mesmo período em 2023.

Já a receita do período dos mercados automotivo e robótico atingiu US$ 346 milhões (R$ 1,92 bilhões), crescimento de 37% em relação ao ano anterior. Durante o trimestre, líderes mundiais em desenvolvimento de robôs, como BYD Electronics, Siemens e Teradyne Robotics, adotaram a plataforma de robótica Isaac da Nvidia para pesquisa, desenvolvimento e produção, segundo a empresa.

No atual trimestre, que termina no próximo mês, a companhia estima US$ 32,5 bilhões (R$ 180,84 bilhões) de receita, 80% ante 2023, superando as previsões de Wall Street, segundo o The Wall Street Journal.

Contudo, as margens de lucro bruto da fabricante de chips diminuíram ante o primeiro trimestre. A diretora financeira da Nvidia, Colette Kress, atribuiu isso, em parte, aos problemas de produção envolvendo os chips Blackwell, os quais precisaram de ajustes de design.

A companhia também informou que a produção de chips deve aumentar no quarto semestre fiscal, que termina em janeiro, podendo acrescentar vários bilhões de dólares em receita.

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Anteriormente, a empresa anunciou que gastaria US$ 50 bilhões (R$ 278,22 bilhões) em recompra de ações. No primeiro semestre, ela gastou US$ 15,4 bilhões (R$ 85,69 bilhões) em papéis e dividendos.

No final do segundo trimestre, a empresa ainda tinha US$ 7,5 bilhões (R$ 41,72 bilhões) disponíveis sob sua autorização de recompra de ações. Na segunda-feira (26), o Conselho de Administração da companhia aprovou uma autorização adicional de US$ 50 bilhões (R$ 278,18 bilhões) para recompra de ações, sem data de expiração.

A empresa pagará seu próximo dividendo trimestral em dinheiro de US$ 0,01 (R$ 0,056) por ação em 3 de outubro a todos os acionistas registrados na base da companhia em 12 de setembro.

Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia, segurando um dos chips da empresa
Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia, disse que a demanda pelos Blackwell é “incrível” (Imagem: Reprodução/The Wall Street Journal)

E as ações da Nvidia, como ficaram?

  • Durante este ano, a Nvidia viu suas ações subirem bastante, mas, nos últimos meses, elas passaram por períodos turbulentos;
  • Após a divulgação dos resultados, elas oscilaram em negociações pós-expediente, caindo mais de 3%;
  • Conforme o WSJ, até o fechamento do expediente desta quarta-feira (28), os papéis da big tech ganharam mais de 150% apenas em 2024, tornando a empresa a segunda mais valiosa do mundo, avaliada em mais de US$ 3 trilhões (R$ 16,69 trilhões), atrás somente da Apple;
  • O criador e CEO da Nvidia, Jensen Huang, disse que a demanda pelos Blackwell é “incrível” e que “os data centers globais estão a todo vapor para modernizar toda a pilha de computação com computação acelerada e IA generativa”.