A história da evolução humana é estudada há centenas de anos. Apesar disso, ainda existem algumas dúvidas e mistérios sobre o tema. Agora, uma descoberta pode mudar tudo o que sabíamos até então sobre o nosso passado distante.

A história da evolução do homem

  • Os hominídeos antigos são divididos em três grupos, sendo o mais antigo deles conhecido como “basais”.
  • Estes foram sucedidos por um grupo de espécies chamadas Australopithecus, do qual faz parte o Au. anamensis e o Au. afarensis (cujo exemplar mais conhecido é a Lucy).
  • O primeiro hominídeo basal a surgir no registro fóssil foi o Sahelanthropus tchadensis, que viveu entre 6 a 7 milhões de anos atrás no que é hoje o Chade, na África.
  • Depois, teria chegado o Orrorin tugenensis, no Quênia, até que o Ardipithecus ramidus surgisse na Etiópia entre 4,5 e 4,3 milhões de anos atrás.
  • Até agora, pensávamos que o Au. anamensis havia chegado muito tarde para ser considerado um hominínio basal, pois os antigos fósseis da espécie, encontrados no Quênia e na Etiópia, foram datados de 4,2 milhões de anos.
  • Dessa forma, a espécie só teria surgido depois do Ar. ramidus e poderia ter sido descendente deste hominídeo supostamente bípede. 
Reconstrução artística ao lado de um crânio de um A. anamensis (Imagem: Matt Crow/Cleveland Museum of Natural History, John Gurche)

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Australopithecus anamensis teria vivido há cerca de 4,3 milhões

Toda esta árvore genealógica citada acima, no entanto, pode ter sido colocada em cheque por uma nova descoberta. A reanálise da mandíbula de um exemplar do Australopithecus anamensis sugeriu que ele teria vivido há cerca de 4,3 milhões.

Além de significar que o indivíduo foi contemporâneo dos primeiros ancestrais humanos, refutando a teoria de que ele teria surgido depois, a descoberta coloca o Au. anamensis em sobreposição temporal com fósseis de Ardipithecus ramidus, espécie provavelmente bípede e geralmente citada como um dos prováveis antepassados do humano moderno.

Crânio de um Australopithecus anamensis (Imagem: Cleveland Museum of Natural History)

Os pesquisadores reconhecem que as suas conclusões não são definitivas, mas sugerem que o Ar. ramidus pode não ter sido um ancestral do Au. anamensis. Na verdade, este último pode ser considerado não um ancestral direto, mas muito próximo evolutivamente da linhagem que levou aos humanos atuais.

As conclusões foram descritas em um estudo publicado no Journal of Human Evolution.