Pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, conseguiram um feito inédito. A equipe foi capaz de mapear uma gigantesca avalanche subaquática que ocorreu há quase 60 mil anos, revelando toda a destruição causada pelo fenômeno.

Avalanche atingiu 200 metros de altura

  • Durante o trabalho, os cientistas analisaram mais de 300 amostras de núcleo, retiradas do fundo do mar do Oceano Atlântico, na costa noroeste da África, nos últimos 40 anos.
  • Combinando estas informações com dados sísmicos e batimétricos da área, eles foram capazes de mapear o caminho da avalanche.
  • Segundo a equipe, tudo começou como um pequeno deslizamento de terra subaquático, mas acabou se transformando em um evento climático devastador.
  • Segundo os pesquisadores, a avalanche atingiu 200 metros de altura e uma velocidade de cerca de 15 metros por segundo.
  • No total, cerca de 4.500 quilômetros quadrados foram devastados.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na Science Advances.
avalanche subaquática
Avalanche subaquática causou devastação no fundo do mar (Imagem: Shutterstock)

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Perigo para a infraestrutura instalada no fundo do mar

A conclusão do estudo foi considerada impressionante, uma vez que as avalanches subaquáticas são muito difíceis de serem mapeadas. Segundo cientistas, este tipo de fenômenos costumam passar despercebidos pela humanidade e não se sabe exatamente quais são as causas destes eventos.

Por isso, ter informações sobre uma avalanche subaquática do passado pode fornecer dados importantes sobre o quão poderosos esses eventos podem ser e como podem ocorrer.

Evolução da avalanche subaquática foi mapeada pelos cientistas (Imagem: Dr. Christoph Bottner/Universidade de Aarhus)

A equipe afirmou que imaginava, antes deste estudo, que grandes avalanches só aconteciam em função de grandes falhas. Agora, no entanto, eles sabem que os fenômenos podem começar pequenos e se transformar em eventos gigantes extremamente poderosos e extensos.

A descoberta ainda indica o potencial risco geológico das avalanches subaquáticas. Uma das maiores preocupações é com os cabos de internet instalados no fundo do mar e que podem ser simplesmente varridos pela força do fenômeno, causando a paralisação do tráfego global de internet.