Nos últimos dias, o Sol tem apresentado atividade acentuada, com episódios eruptivos numerosos e intensos. Especialistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) apontavam que, em consequência disso, até o fim desta semana, a Terra poderia ser acometida por uma série de tempestades geomagnéticas – primeiro, esperadas como G2 (grau moderado), depois, como G1 (grau fraco), em uma escala que vai de G1 a G5. 

Ao que parece, tudo não passou de um “alarme falso”. Nenhuma tempestade geomagnética aconteceu até a tarde desta sexta-feira (26), último dia aguardado para a chegada do material solar.

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No entanto, de acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, ainda há uma pequena chance de um jato de plasma solar atingir a Terra e provocar uma tempestade geomagnética G1 até o fim do dia.

Caso isso se concretize, pode haver oscilações fracas em sistemas elétricos e impactos leves em operações de satélites, além de afetar o comportamento de animais migratórios. Também é possível a ocorrência de auroras no extremo norte do globo e adjacências.

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O Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA captou em ultravioleta duas manchas solares que explodiram ao mesmo tempo e em igual intensidade na madrugada de terça-feira (23). Créditos: AIA/SDO/NASA.

Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela NOAA – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • Erupções solares consecutivas ocorridas desde sábado (20), com destaque para as explosões de dois filamentos magnéticos na segunda (22) e de um par sincronizado de manchas solares na terça (23), prometiam “chicotear” a Terra,
  • Esses golpes poderiam perturbar o campo magnético do planeta com tempestades geomagnéticas, mas a NOAA revelou que passamos ilesos por essa.

Mancha solar hiperativa tem surto de erupções

Houve mais de uma dúzia de explosões da classe M entre segunda e quarta-feira (24) – todas expelidas por uma mesma mancha solar hiperativa, a AR3561. Um detalhe importante é que essa mancha nem existia até domingo (21) – e conforme foi acumulando energia e explodindo, ela também ia aumentando consideravelmente de tamanho e se fundindo com outras manchas.

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Agora, AR3561 se tornou um extenso grupo de manchas solares de 100 mil km de largura com mais de 20 núcleos escuros. Devido a um campo magnético de polaridade mista, esse agrupamento é naturalmente propenso a erupções frequentes.