Lixo nuclear será enterrado em “tumba geológica” na Europa

Segundo o governo da Finlândia, o projeto representa uma solução definitiva para a questão do descarte do lixo nuclear
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 30/08/2024 12h13
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Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock
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Os resíduos gerados pelas usinas nucleares, comumente chamados de lixo nuclear, podem gerar graves problemas para o meio ambiente em função da radiação presente neles. Por isso, estes materiais são colocados em recipientes especiais e descartados em locais com revestimento de concreto, devendo permanecer confinados por um período longo que varia de 50 a 300 anos.

Finlândia criou projeto que pretende ser modelo para o mundo

Agora, no entanto, a Finlândia criou um projeto pioneiro que pretende servir como um modelo para o mundo inteiro quando o assunto é o descarte de lixo nuclear. Além disso, seria uma forma de descartar o material para sempre e não temporariamente, como acontece hoje.

Espaço criado para receber lixo nuclear na Finlândia (Imagem: divulgação/Posiva)

Para isso, o governo do país europeu criou um enorme espaço que poderá armazenar os materiais radiativos por 100 mil anos. A ideia é embalar o lixo nuclear e depositar no buraco, localizado no leito rochoso a mais de 400 metros abaixo das florestas do sudoeste da Finlândia.

A operação de descarte deve começar no ano que vem e será de responsabilidade da empresa Posiva. Segundo analistas, o projeto coloca o país nórdico “pelo menos uma década” à frente de outras nações. As informações são da CNBC.

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Instalação fica no sudoeste da Finlândia (Imagem: divulgação/Posiva)

Uso de energia nuclear não é consenso

  • A energia nuclear fornece atualmente cerca de 9% da eletricidade mundial, segundo dados da Associação Nuclear Mundial.
  • A alternativa é considerada positiva por substituir o uso combustíveis fósseis, reduzindo assim as emissões de gases de efeito estufa.
  • No entanto, existe o risco de acidente nuclear, bem como problemas para o armazenamento dos rejeitos criados durante o processo de geração de energia.
  • Alguns ambientalistas ainda apontam que indústria nuclear é uma distração cara e prejudicial para alternativas mais baratas e limpas, caso da energia eólica ou solar.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.