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O plástico leva centenas de anos para se decompor completamente e, mesmo assim, permanece no meio ambiente como minúsculas partículas. Esses pedaços, impossíveis de ver a olho nu, encontram caminho até o nosso corpo e chegam a diferentes órgãos.
Um estudo conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos encontrou, pela primeira vez, concentrações de microplásticos em cérebros humanos. A descoberta ainda precisa ser avaliada pela comunidade científica, mas é mais um dos achados que levantam preocupações sobre o impacto desses invasores plásticos na saúde.
Um dos principais caminhos pelos quais os microplásticos entram no nosso corpo é por meio de alimentos e água contaminados. No intestino, eles podem desencadear reações no organismo e interferir no eixo intestino-cérebro, crucial para a saúde e para o desenvolvimento de várias doenças.
Além de serem ingeridos, os microplásticos também podem ser inalados através do ar poluído. Dentro do intestino ou dos pulmões, eles têm a capacidade de entrar na corrente sanguínea e alcançar outros órgãos. Pesquisas anteriores em camundongos confirmam essa possibilidade.
Para alcançar o cérebro, as partículas de plástico precisam atravessar a barreira hematoencefálica, uma estrutura que normalmente impede a entrada de substâncias presentes no sangue no tecido cerebral. Embora alarmante, essa capacidade dos microplásticos não é surpreendente, pois eles já demonstraram ser capazes de atravessar outras barreiras celulares, como as que protegem a urina, os testículos e a placenta.
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As partículas de plástico já foram encontradas em fezes humanas, articulações, fígados, órgãos reprodutivos, sangue, vasos sanguíneos e corações.
Embora os efeitos dos microplásticos no cérebro humano ainda não sejam claros, estudos sugerem que eles podem causar inflamação, danos celulares e alterações genéticas. Além disso, microplásticos podem carregar toxinas e bactérias pelo corpo, além de liberar substâncias químicas nocivas.
Estudar microplásticos é complicado devido à sua variedade e comportamento, que mudam com o desgaste ambiental e digestivo. Novas pesquisas buscam entender como impedir a absorção de microplásticos no intestino, por meio da dieta e probióticos.
Como o microplástico está presente em toda parte, é difícil evitá-los completamente. No entanto, reduzir o uso de plásticos descartáveis e minimizar a exposição a fibras sintéticas em alimentos, bebidas e roupas são medidas práticas que podem ajudar.
Esta post foi modificado pela última vez em 29 de agosto de 2024 15:58