Astrônomos amadores podem ajudar NASA a desvendar mistérios sobre Júpiter

Astrônomos amadores observaram um exoplaneta do tipo "Júpiter morno"; descoberta pode ajudar astrônomos a entender melhor Júpiter
Pedro Spadoni03/09/2024 10h24, atualizada em 04/09/2024 20h49
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Um grupo de astrônomos amadores – entre eles, um estudante de Ensino Médio – ajudou a NASA a identificar um exoplaneta que está numa fase de transição: de “Júpiter morno” para “Júpiter quente”. Isso pode ajudar astrônomos a entender melhor a história de Júpiter. E do nosso Sistema Solar.

Exoplaneta encontrado por astrônomos amadores pode revelar segredos sobre Júpiter e o Sistema Solar

  • Astrônomos amadores, incluindo um estudante de Ensino Médio, ajudaram a NASA a identificar um exoplaneta chamado TIC 393818343 b, a cerca de 300 anos-luz da Terra;
  • O exoplaneta está está numa fase de transição: de “Júpiter morno” para “Júpiter quente”. Isso pode ajudar a entender se esses planetas se formam próximos às suas estrelas ou migram para mais perto ao longo do tempo;
  • Redes de astrônomos amadores (Unistellar e Exoplanet Watch) detectaram o exoplaneta ao observarem a diminuição da luz de uma estrela, indicando o trânsito do planeta;
  • O planeta orbita sua estrela em aproximadamente 16 dias, e sua órbita pode encurtar caso ele se mova mais perto da estrela. A migração completa pode ocorrer antes da estrela se tornar uma gigante vermelha.

Sendo mais exato, a transição é de “Júpiter frio” (nosso Júpiter é assim) para “Júpiter quente” – tipo de exoplaneta que orbita muito perto da sua estrela. Assim, o estado “Júpiter morno” fica no meio desta espécie de escala.

Identificar e estudar este exoplaneta é importante para entender, por exemplo, se “Júpiteres quentes” se formam próximos de suas estrelas ou migram para mais perto delas com o tempo.

Astrônomos amadores encontram exoplaneta e colaboram com a NASA

O planeta – que recebeu o nome de TIC 393818343 b e está localizado a cerca de 300 anos-luz da Terra – foi confirmado por duas redes de astrônomos, a Rede Unistellar e o Exoplanet Watch da NASA.

As equipes usaram seus próprios telescópios para observar a luz de uma estrela próxima diminuir. Essa diminuição é um sinal claro de um planeta em órbita transitando entre sua estrela e nossos detectores na Terra.

Ilustração de exoplaneta vermelho
Exoplaneta encontrado por astrônomos amadores pode se tornar ‘Júpiter quente’ (Imagem: NASA)

A primeira “passagem” foi detectada pelo grupo Unistellar. Depois, eles estimaram quando o próximo ocorreria e alertaram o grupo Exoplanet Watch, de acordo com um comunicado da NASA.

O exoplaneta possivelmente está mais próximo de sua estrela hospedeira do que a Terra está do Sol. Para você ter ideia, um “ano” nesse planeta atualmente dura cerca de 16 dias.

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Exoplaneta ‘Júpiter quente’ pode ajudar astrônomos a entender melhor a história do nosso Júpiter (Imagem: NASA/SwRI/MSSS/Gerald Eichstädt/Seán Doran/Reprodução)

No entanto, esse “ano” poderia se encurtar consideravelmente caso o planeta se mova para mais perto e conclua sua transição para “Júpiter quente”. É o que aponta um estudo que descreve o exoplaneta, publicado recentemente no The Astronomical Journal.

Astrônomos dizem que a migração em si pode não ocorrer antes da estrela hospedeira, semelhante ao Sol, ficar sem “combustível” e virar uma gigante vermelha. Neste caso, o exoplaneta viraria um Júpiter torrado. E provavelmente algum astrônomo amador estaria de olho nisso.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.