Um novo vídeo capturado por um astronauta da NASA revela uma explosão verde brilhante no céu noturno, causada por um meteoro que se desintegrou ao entrar na atmosfera da Terra

Matthew Dominick, comandante da missão SpaceX Crew-8, compartilhou o impressionante lapso de tempo no X (antigo Twitter). As imagens foram registradas da Estação Espacial Internacional (ISS) enquanto ela sobrevoava o Cairo, Egito.

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Durante uma tentativa de registrar o núcleo da Via Láctea, Dominick acabou capturando o meteoro em plena explosão. Isso aconteceu na segunda-feira (2), às 21h12 (pelo horário de Brasília). 

“Mostrei isso a alguns amigos e eles identificaram como um meteoro explodindo na atmosfera, um bólido”, comentou Dominick na publicação. O vídeo foi editado para um quadro por segundo, destacando o brilho intenso do meteoro. Em uma versão acelerada, o bólido aparece apenas como um rápido flash no canto superior direito da tela.

O vídeo de lapso de tempo inclui 20 fotos tiradas a partir da cúpula da ISS, oferecendo uma visão única do fenômeno. 

Desde que chegou à estação espacial, em março deste ano, Dominick tem sido um fotógrafo ativo durante sua missão. Ele já registrou auroras, um “duende vermelho” e outros meteoros ao longo de sua temporada no laboratório orbital “Foi surpreendente encontrar o bólido ao revisar as fotos”, disse o astronauta.

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O que é um meteoro bólido?

Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes (e você pode saber mais sobre essas diferenças aqui).

No caso dos meteoros, quando uma rocha espacial (meteoroide) atinge a atmosfera da Terra a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro. 

Um meteoro bólido explodindo no céu do Rio Grande do Sul em junho de 2022. Crédito: Observatório Espacial Heller & Jung

“Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da  Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON). “Popularmente, também são chamados de estrelas cadentes”.

A depender de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser classificado como um fireball (bola de fogo) ou um bólido. Enquanto o primeiro, como o próprio nome indica, é uma esfera grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final. 

De qualquer forma, eles são inofensivos. Na maioria das vezes, o meteoroide é completamente vaporizado durante sua passagem pela atmosfera. Dependendo de determinadas condições, como tamanho, composição e ângulo de entrada, pequenas partes da rocha espacial podem resistir ao processo, deixando fragmentos em solo, que são chamados de meteoritos.