Com quase uma semana de bloqueio do X no Brasil, os usuários da rede social de Elon Musk passaram a buscar alternativas. E uma delas é o Bluesky, plataforma criada em 2022 por Jack Dorsey, cofundador do antigo Twitter.

A rede social foi bastante beneficiada com o ocorrido, tendo conquistado verdadeira enxurrada de novos usuários: nos primeiros dias de setembro, recebeu um milhão de perfis novos em apenas três dias; no quarto dia de registro, duplicou este número; e, para sacramentar, o Brasil já é o país com mais usuários no Bluesky.

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Tais informações são reforçadas pela COO da empresa, Rose Wang, em entrevista exclusiva ao Olhar Digital.

“No último final de semana, tivemos mais de dois milhões de novas contas no Bluesky. E uma boa parte é de brasileiros. Os usuários brasileiros estão entre aqueles que se juntaram ao Bluesky mais cedo, incluindo um grupo de fãs da Taylor Swift, que se tornaram umas das nossas maiores comunidades ainda em fevereiro do ano passado, quando a plataforma tinha cerca de dez mil usuários”, explicou.

Publicidade do Bluesky antes de ser lançado
Rede social surgiu oficialmente em 2022 (Imagem: Divulgação)

História do Bluesky

  • O Bluesky surgiu, originalmente, em 2019, como uma organização spin-out (reestruturação societária que envolve a separação de divisão para formar nova empresa independente) do Twitter;
  • Em 2021, contratou seus primeiros funcionários, tendo sido incorporada como empresa de utilidade pública ainda em 2021;
  • Parag Agrawal, ex-CEO do Twitter, também esteve envolvido no projeto, junto a ex-funcionários do concorrente Mastodon;
  • No ano passado, a rede social já começou a crescer, pois muitos usuários passaram a deixar o X por insatisfação com os rumos da empresa após a compra por Elon Musk.

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Relação com o Brasil

Com o forte crescimento do Bluesky no Brasil nos últimos dias, é natural que a empresa queira fortalecer seus laços com os brasileiros. “Como a rede era pequena e aconchegante lá atrás, nosso time fez amizade com muitos brasileiros. A cultura do Bluesky é muito divertida. São muitos gifs, memes e piadas, o que é perfeito para os brasileiros, que sempre trazem festa”, explicou Wang ao OD.

A COO da rede social também apontou que, além de estar em português, o app deve trazer novidades futuras. “Nós sabemos que vocês querem vídeos e trending topics, e estamos trabalhando nisso rapidamente. Vídeos estarão disponíveis já na próxima grande atualização do aplicativo”, antecipou.

Ela também exaltou que o Bluesky foi pensado para criadores de conteúdo, exaltando a massiva presença no Brasil. “Vocês não precisarão mais fazer conteúdo para um algoritmo de caixa preta e confiar na plataforma para se conectar com a audiência. No Bluesky, você é dono da sua relação com sua audiência e você pode construir seu feed ou trabalhar com outros influenciadores para construir feeds como gostaria para atingir sua comunidade.”

Ela também exaltou a facilidade para desenvolvedores trabalharem na criação de diversos itens dentro da rede social. “O Bluesky foi feito em sistema aberto, o que significa que desenvolvedores sempre poderão fazer jogos, aplicativos e outras experiências, o que fazem da rede social ainda mais útil e divertida para os usuários”, disse.

Jack Dorsey
Jack Dorsey, cofundador do Twitter, é a mente por trás do Bluesky (Imagem: Shutterstock)

E as eleições?

Um grande motivo de preocupação para eleitores e legisladores em ano de eleições, como o atual, é a disseminação de fake news, discursos de ódio e outras publicações que firam o processo normal das eleições. Wang comentou como será a condução deste tema sensível por sua rede social:

“O Bluesky reconhece a importância da integridade da eleição, especialmente em 2024, que será um dos maiores anos de eleição ao redor do mundo. Usuários podem reportar qualquer conteúdo e contas por desinformações. E, em caso de violações severas, nós podemos remover conteúdos ou contas. E vamos rotular rumores e desinformações”, sacramentou.