O CEO do Telegram, Pavel Durov, quebrou o silêncio ao publicar, na quinta-feira (05), uma declaração longa no aplicativo de mensagens sobre sua prisão na França. A maior parte do texto diz que a prisão foi “surpreendente” e injusta. Mas admite que controlar o Telegram ficou mais difícil.
As autoridades francesas acusaram Durov de facilitar diversas formas de atividades criminosas no Telegram. Entre elas, estava a distribuição de material de abuso sexual infantil por uma pessoa não identificada na plataforma.
CEO do Telegram lista razões pelas quais sua prisão o pegou de surpresa
Na declaração, Durov afirma que sua prisão foi “supreendente por várias razões”. E, em seguida, lista as principais. São elas (em tradução livre):
- “O Telegram tem um representante oficial na União Europeia que aceita e responde a solicitações da UE. Seu endereço de e-mail está publicamente disponível para qualquer pessoa na UE que buscar no Google ‘endereço do Telegram para aplicação da lei na UE'”;
- “As autoridades francesas tinham inúmeras maneiras de me contatar para solicitar assistência. Como cidadão francês, eu era um visitante frequente no consulado francês em Dubai. Há algum tempo, quando solicitado, ajudei pessoalmente a estabelecer uma linha direta com o Telegram para lidar com a ameaça de terrorismo na França”;
- “Se um país está insatisfeito com um serviço de internet, a prática estabelecida é iniciar uma ação legal contra o serviço em si. Usar leis da era pré-smartphone para acusar um CEO de crimes cometidos por terceiros na plataforma que ele gerencia é uma abordagem equivocada (…)”.
Durov também afirma na declaração que agora é seu “objetivo pessoal” “melhorar significativamente as coisas a esse respeito [moderação de conteúdo na plataforma]”. E as mudanças já começaram.
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Telegram vai começar a moderar conversas privadas
O Telegram atualizou sua seção de perguntas frequentes (FAQ) para informar que as conversas privadas não estão mais blindadas contra moderação.
Conforme apontado pelo site The Verge, a mudança ocorreu na seção intitulada: “Há conteúdo ilegal no Telegram: Como acabar com isso?”.
- Até 5 de setembro: “Todos os chats do Telegram e os chats em grupo são privados entre os participantes. Nós não processamos nenhum pedido relacionado a eles”;
- Agora: “Todos os aplicativos do Telegram têm botões de ‘Denunciar’ que permitem que você sinalize conteúdo ilegal para nossos moderadores – em apenas alguns toques”.
No entanto, o Olhar Digital constatou que na página em português ainda consta a primeira versão da resposta. A ver quando (ou se) a plataforma vai atualizar essa orientação no Brasil.
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