Atsuyoshi Koike, presidente e CEO da Rapidus, e Norishige Morimoto, vice-presidente da IBM no Japão. Imagem: Rapidus / Divulgação
O Japão está lançando uma nova iniciativa para revitalizar sua indústria de semicondutores, recorrendo a uma política industrial robusta para reconquistar sua posição como líder tecnológico. Segundo The News York Times, este esforço ocorre após décadas de declínio no setor, no qual o país assistiu sua participação no mercado global de semicondutores despencar de mais de 50% nos anos 80 para menos de 10%.
Com a colaboração de líderes tecnológicos globais, como a IBM, e um investimento de mais de US$ 27 bilhões nos últimos três anos, o Japão busca não apenas se recuperar, mas também estabelecer um novo paradigma de cooperação internacional e políticas orientadas a missões como a transição verde e a conservação de energia.
A nova estratégia do Japão se destaca por sua abordagem globalizada. Ao contrário de tentativas anteriores que buscavam promover apenas empresas internas, a nova política incentiva a colaboração e o intercâmbio de conhecimento e tecnologia com parceiros internacionais.
A parceria estabelecida com a IBM é um exemplo crucial disso. Juntos, eles estão desenvolvendo a tecnologia de chips de 2 nanômetros, que promete revolucionar a indústria.
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A nova fábrica de semicondutores da Rapidus Corporation, subsidiada pelo governo japonês e localizada em Hokkaido, é apenas um dos vários projetos que ilustram essa mudança. A planta, que ainda está em construção, simboliza o compromisso do Japão com a inovação e a sustentabilidade, produzindo semicondutores que serão essenciais para uma gama de tecnologias futuras.
Além de fortalecer a posição do Japão no mercado global, a política industrial revitalizada tem o potencial de influenciar normas internacionais sobre cooperação e competição tecnológica.
Ao priorizar tecnologias sustentáveis e colaboração internacional, o Japão não só busca recuperar sua antiga glória na indústria de semicondutores, mas também definir o caminho para uma economia global mais interconectada e menos susceptível a choques isolacionistas.
Embora a usina Rapidus tenha atraído críticas por conta de seu cronograma ambicioso e pela incapacidade de atrair investimentos do setor privado, para o Japão parece não ter outra saída.
“Não assumir semicondutores agora significa que você estará no grupo perdedor desde o começo”, disse Akira Amari, representante do governo em política industrial. “O Japão nunca escolherá isso”, concluiu.
Esta post foi modificado pela última vez em 7 de setembro de 2024 12:44