Terremotos profundos e bastante intensos costumam ser registrados na região da placa de Nazca, que fica sob a Amazônia Ocidental. Embora os cientistas saibam da ocorrência destes eventos, o que causa estes tremores ainda é um mistério.

Cientistas irão realizar estudo inédito sobre a origem dos sismos

  • Uma equipe de pesquisadores brasileiros pretende realizar uma tomografia sísmica para descobrir a origem dos terremotos.
  • O trabalho é inédito e reúne oito instituições, sendo coordenado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
  • A ideia é obter imagens da estrutura profunda dessa zona para testar hipóteses sobre os mecanismos geradores dos tremores.
  • Atualmente, existem trabalhos em escala continental que estudam essa área, mas todos em resolução é baixa.
  • Quando concluído, o novo estudo deve ajudar as defesas civis a se prepararem para enfrentar possíveis terremotos expressivos, com planos de evacuação, estratégias de resposta e medidas de segurança com base nas informações sísmicas disponíveis.
  • As informações são do UOL.
Imagem mostra uma região da floresta amazônica, iluminada pelo pôr do sol, com as árvores e neblina na parte de baixo
Tremores acontecem abaixo do solo onde fica a Amazônia (Imagem: streetflash/Shutterstock)

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Terremotos são muito fortes, mas não destrutivos

Os cientistas explicam que os terremotos na região da Amazônia acontecem em profundidades entre 550 km e 650 km, muito além do normal. Os tremores são os de maior magnitude no país, mas por conta dessa grande profundidade, não são destrutivos. Apesar disso, alguns sismos até podem ser perceptíveis na superfície.

Esses eventos são particularmente interessantes porque, devido às diferentes condições de pressão e temperatura nessas profundidades, o mecanismo físico por trás desses terremotos profundos não pode ser semelhante ao dos terremotos rasos.

Montagem de terremotos no Brasil
Terremotos são intensos, mas quase sempre imperceptíveis para quem está na superfície (Imagem: Pedro Spadoni/Olhar Digital)

Segundo os pesquisadores, a atividade sísmica dessa região está diretamente relacionada ao limite das placas de Nazca e da América do Sul. Foi exatamente nessa área que o Brasil registrou, no último dia 20 de janeiro, o maior terremoto da história do país, com magnitude 6,6 graus na Escala Richter. O epicentro foi no município de Tarauacá (AC), a 614,5 km de profundidade.

Uma das teorias é que ocorre um mergulho quase vertical da placa de Nazca na Amazônia Ocidental, um pouco ao norte do Acre. Isso faz com que o ponto de dissipação de energia seja bastante profundo, causando terremotos com uma característica única em nível mundial. Os cientistas agora querem confirmar ou descartar esta hipótese.