erupção do vulcão Tonga, em 2022, quebrou vários recordes e foi uma das mais intensas dos últimos anos. O episódio continua sendo estudado e cientistas descobriram novas consequências dessa poderosa explosão.

Explosão afetou o clima no Hemisfério Sul

Os pesquisadores descobriram que, um ano após a explosão do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, localizado no Oceano Pacífico Sul, o efeito de resfriamento causado pelas partículas expelidas, que atuam refletindo a luz solar, foi mais forte do que o aquecimento gerado pelos vapores de água que retêm o calor na atmosfera.

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Segundo eles, a atividade do vulcão Tonga liberou 150 megatons métricos de vapor d’água para a estratosfera, uma quantidade tão alta que elevou os níveis globais de vapor d’água estratosférico em cerca de 10%.

Essa injeção maciça de água resfriou as temperaturas na estratosfera tropical em 4°C em março e abril de 2022. Por sua vez, esse resfriamento temporário criou um padrão de circulação secundária que levou à redução dos níveis de ozônio ao longo de 2022.

A explosão do vulcão em Tonga foi capturada por satélites no espaço
A explosão do vulcão em Tonga foi capturada por satélites no espaço (Imagem: NOAA/reprodução)

A erupção ainda liberou entre 0,5 e 1,5 megatons métricos de dióxido de enxofre. Esta substância é capaz de refletir a luz solar, levando ao resfriamento global. No entanto, a carga liberada não foi muito grande e seus efeitos foram confinados principalmente ao Hemisfério Sul em 2022 e 2023.

Embora a erupção tenha afetado o equilíbrio da Terra, essa mudança foi muito pequena e todos os níveis analisados retornaram aos padrões normais até dois anos depois da explosão. As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Advancing Earth and Space Science.

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Erupção
Erupção do vulcão submarino em Tonga causou megatsunami (Imagem: reprodução/NASA)

Erupção histórica

  • A erupção do vulcão aconteceu no dia 15 de janeiro de 2022 e causou a destruição quase imediata de 5% da camada de ozônio na região do Pacífico.
  • Além disso, a força da explosão desencadeou o primeiro megatsunami conhecido desde a antiguidade.
  • As ondas chegaram aos 90 metros de altura, nove vezes maiores que o tsunami que devastou o Japão em 2011.
  • A força da explosão ainda causou a tempestade de raios mais intensa já registrada, com 2,6 mil raios por minuto, que pôde ser observada do Espaço e afetou o funcionamento de vários satélites.