Meta, TikTok e Snap lançam plataforma para combater conteúdos de suicídio

A iniciativa permitirá que plataformas implementem ações mais eficazes contra materiais relacionados a suicídio e automutilação
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 13/09/2024 14h03
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Imagem: shutterstock/DimaBerlin
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Meta, TikTok e Snap estão entre os membros fundadores de uma nova plataforma chamada Thrive, que foi oficialmente lançada em 12 de setembro de 2024 pela organização sem fins lucrativos Mental Health Coalition (MHC).

A Thrive pretende combater a disseminação de conteúdo prejudicial relacionado a suicídio e automutilação nas redes sociais, oferecendo uma abordagem colaborativa para abordar esses problemas críticos.

A plataforma facilitará a identificação e a remoção de material nocivo, permitindo que as empresas de mídia social compartilhem informações sobre conteúdo problemático de forma mais eficiente.

Isso será feito por meio do compartilhamento de “hashes” — sequências únicas de caracteres que identificam especificamente arquivos ou conteúdos associados a suicídio e automutilação. Esses hashes ajudam as plataformas a reconhecer e agir rapidamente contra material prejudicial sem compartilhar informações pessoais identificáveis sobre os usuários que postaram o conteúdo.

Plataformas de mídia social poderão compartilhar sinais de conteúdo prejudicial – Imagem: Tada Images / Shutterstock

Plataformas poderão remover conteúdos problemáticos com mais eficácia

  • A Meta, que forneceu a infraestrutura técnica para o Thrive, utiliza uma tecnologia semelhante à usada em seu programa de segurança infantil Lantern, lançado no ano passado.
  • A plataforma permitirá que as empresas participantes, como Snapchat, recebam alertas quando um conteúdo for sinalizado como incentivador de automutilação.
  • Com base nesses alertas, as plataformas poderão revisar e tomar as medidas necessárias para remover o conteúdo problemático e proteger os usuários.

Os membros do Thrive terão a capacidade de fazer upload, revisar e agir sobre conteúdo relacionado a suicídio e automutilação. Além disso, será publicado um relatório anual que avaliará o impacto da plataforma na prevenção desses problemas e fornecerá insights sobre como melhorar a abordagem colaborativa.

Kenneth Cole, fundador da Mental Health Coalition, expressou entusiasmo pela parceria, ressaltando a importância de uma colaboração entre as principais plataformas de mídia social para enfrentar o conteúdo prejudicial. Ele afirmou que a iniciativa representa um passo significativo em direção a uma abordagem mais eficaz e coordenada para proteger os usuários e salvar vidas.

O lançamento do Thrive ocorre em um contexto de crescente preocupação com o impacto das redes sociais na saúde mental dos usuários, especialmente entre adolescentes.

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Preocupação de empresas com o impacto das redes sociais na saúde mental dos usuários vem aumentando – Imagem: evrymmnt / Shutterstock

Há dois anos, autoridades do Reino Unido responsabilizaram o Instagram, de propriedade da Meta, pelo suicídio de uma garota de 14 anos chamada Molly Russell, que havia sido exposta a conteúdo incentivando a automutilação na plataforma.

Essa tragédia e outros casos semelhantes têm levado a uma pressão crescente sobre as empresas de tecnologia para adotarem medidas mais rigorosas para combater o conteúdo nocivo e proteger a saúde mental dos usuários.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.