Monstro marinho de 80 milhões de anos tinha dentes ‘redondos’

Não se deixe enganar pela aparência inofensiva: os dentes arredondados possuíam força suficiente para esmagar cascos
Por Ana Julia Pilato, editado por Lucas Soares 19/09/2024 06h00
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(Imagem: Dmitry Bogdanov/Wikimedia Commons)
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Dois fragmentos de mandíbulas de um raríssimo mosassauro com dentes “redondos” foram descobertos no Texas, nos Estados Unidos. Os fósseis do Globidens alabamaensis – cujo comprimento pode ter alcançado até 6 metros – oferecem novas informações sobre o estilo de vida da espécie, com os dentes em formato de globo sinalizando uma enorme força bruta sobre eventuais presas.

Entenda:

  • Dois fragmentos de mandíbulas de um Globidens alabamaensis com dentes “redondos” foram descobertos nos EUA;
  • A maior parte dos mosassauros (família à qual pertence o G. alabamaensis) possuía dentes afiados, mas a evolução deu aos Globidens dentes arredondados para esmagar cascos de presas;
  • Uma das mandíbulas encontradas tem 12 dentes, e a outra tem seis – cada um deles possui pouco menos de três centímetros;
  • Um artigo foi publicado no Journal of Paleontological Sciences;
  • Com informações do LiveScience.
Fragmentos de mandíbula do G. alabamaensis. (Imagem: Rempert et al., Journal of Paleontological Sciences)

O primeiro registro de um G. alabamaensis data de 1912, e quatro outras espécies do gênero Globidens foram encontradas desde então. Poucos espécimes quase completos do monstro marinho de dentes globulares foram descobertos, e a análise dos novos fragmentos pode ser encontrada em um artigo publicado no Journal of Paleontological Sciences.

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A maior parte dos mosassauros possuía dentes bastante afiados, com formato semelhante a adagas. Os Globidens, entretanto, desenvolveram dentes arredondados que eram perfeitos para esmagar cascos de presas encontradas em seu habitat no antigo Mar Interior Ocidental, como tartarugas e bivalves.

Reconstrução ilustrativa do G. alabamaensis. (Imagem: Nathan Dehaut/Journal of Paleontological Sciences)

Uma das mandíbulas encontradas tem 12 dentes, e a outra tem seis. Cada um deles possui pouco menos de três centímetros e, em um dos fósseis, há um dente abaixo da linha da gengiva – que, como descrevem os cientistas, teria nascido posteriormente para substituir um dente perdido.

Ao LiveScience, Bethany Burke Franklin, paleontóloga marinha, explica que os dentes arredondados provavelmente surgiram graças à “superabundância de cefalópodes”. “Os mosassauros eram alguns dos predadores de evolução mais rápida da época. Eles preencheram nichos que foram deixados para trás por outros grandes predadores marinhos – havia enormes abismos na teia alimentar.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.