Peixe mais antigo que dinossauros continua vivo – e está praticamente intacto

Conhecidos como "fósseis vivos", o nome pode não fazer jus ao status atual desse tipo de animal
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Lucas Soares 20/09/2024 19h50, atualizada em 25/03/2025 17h12
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Fóssil de celacanto (Imagem: Wikipedia Commons)
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Imagina um peixe ser tão velho que é chamado de “fóssil vivo”? Os Celacantos receberam esse apelido, pois são uma das espécies mais antigas ainda existentes hoje no mundo. 

Os primeiros fósseis dele datam de 419 milhões de anos atrás, muito antes dos gigantes pré-históricos pisarem na Terra. O Celecantos eram tidos como extintos há cerca de 66 milhões de anos, até que um exemplar vivo foi descoberto em 1938 na costa da África do Sul.

Ao contrário dos fósseis que nos revelam a evolução dos animais no passado. Esse peixe consegue fazer isso estando vivo até hoje. Eles sobreviveram a diversos períodos da história da Terra, tendo diversificações no formato do corpo ao longo do tempo.

Esqueleto curioso desse antigo peixe

Com nadadeiras robustas e articuladas, que lembram pequenos membros, os celacantos têm uma anatomia que os coloca em um lugar especial na evolução dos vertebrados. Eles pertencem ao grupo dos peixes de nadadeiras lobadas, os mesmos que deram origem aos primeiros animais terrestres. Por isso, estudá-los ajuda os cientistas a entender como a vida saiu da água e conquistou a terra firme.

Pesquisadores reconstruíram crânio de uma das espécies de celacanto (Imagem: Nature Communications/Reprodução)

Mas se você ouviu falar que o celacanto é um “fóssil vivo“, não é bem assim. Pesquisadores da Universidade de Quebec publicaram um estudo na Nature Communications este mês desafiando essa compreensão.

Apesar das primeiras espécies do grupo ainda serem pouco conhecidas, há um local no mundo chamado Formação Gogo que pode dar pistas sobre o passado. A formação fica no oeste australiano e, há cerca de 380 milhões de anos, foi um recife tropical com mais de 50 espécies de peixe.

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A análise permitiu concluir que os celacantos tiveram sua evolução desacelerada desde a época dos dinossauros, permanecendo praticamente intactos desde então. Os animais que estão vivos hoje são bastante parecidos com os que viveram na Pré-História. Mas apesar da desaceleração, os celacantos tiveram algumas modificações curiosas, mostrando que, no final das contas, eles não são “fósseis vivos” e sim uma espécie em evolução (ainda que muito, muito lentamente).

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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