Hidrogênio verde: estudo revela o que falta para a tecnologia decolar no Brasil

Especialistas defendem expansão de plantas-piloto e acordos internacionais para transição energética sustentável
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 23/09/2024 22h45, atualizada em 26/09/2024 16h18
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Um estudo do Senai mostrou que o Brasil vai precisar formar três mil profissionais por ano para expandir a transição energética por meio da produção de hidrogênio verde. A pesquisa foi realizada com 128 especialistas a partir de uma parceria com estudiosos da Alemanha e considerou três níveis de ocupação: médio, baixo e alto.

Para 48% dos entrevistados, as condições para a transição já estão sendo implementadas no país. Outros 37% citaram a importância de plantas-piloto para a produção do elemento, e 35% defenderam a expansão de acordos internacionais na área.

Segundo o levantamento, a demanda por técnicos especializados será fundamental para instalar e manter as plantas de produção do combustível limpo. Atualmente, o país tem um centro de excelência no Rio Grande do Norte e cinco laboratórios regionais (Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Ceará) coordenados pelo Senai.

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Em agosto deste ano, o governo federal publicou a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, que é considerada um marco legal do setor. O documento não só cria mecanismos de incentivo à produção de energia, com redução de tributos, como também define leis para emitir certificações.

Hidrogênio verde é aposta para reduzir consequências do efeito estufa / Foto: audioundwerbung/iStock

O que é o hidrogênio verde?

Apesar de ser o elemento mais comum na natureza, o hidrogênio dificilmente é encontrado de forma isolada. Quando o processo de separação é feito por sistemas de energia considerados limpos, como a eletrólise da água, o hidrogênio é classificado como verde.

Cada país tem definido uma cota própria de emissão de dióxido de carbono permitida para a produção do hidrogênio verde e renovável. No Brasil, as novas regras estão previstas para começar a valer a partir de dezembro de 2030.

Especialistas acreditam que o hidrogênio é a principal aposta para utilizar combustível sem emissão de gás carbônico na atmosfera, reduzindo, por exemplo, as consequências do efeito estufa.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.