LinkedIn não deixou claro aos usuários sobre uso dados para treinar IA

Plataforma utiliza informações dos usuários para treinar inteligência artificial, gerando preocupações sobre privacidade e compensação
Leandro Costa Criscuolo23/09/2024 15h48
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Imagem: MOUTASEM PHOTOGRAPHY/Shutterstock
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O LinkedIn introduziu recentemente uma nova configuração de privacidade que permite à plataforma utilizar informações dos usuários para treinar sua inteligência artificial, a menos que a configuração seja desativada manualmente.

Essa mudança pegou muitos usuários de surpresa, pois, por padrão, o LinkedIn considera o uso de postagens, artigos e vídeos como dados válidos para esse propósito.

Para cancelar essa opção, os usuários devem acessar suas configurações de privacidade na conta. Embora a empresa justifique essa prática como uma forma de ajudar os usuários a encontrar empregos e desenvolver habilidades, surgem preocupações sobre a justiça dessa utilização dos dados, especialmente porque os usuários não recebem compensação ou informações claras sobre isso.

LinkedIn sofreu críticas pela comunicação com seus usuários

  • Críticos, como Mario Trujillo da Electronic Frontier Foundation, argumentam que as opções de cancelar o uso de dados são frequentemente difíceis de encontrar, o que compromete os direitos de privacidade dos usuários.
  • Eles defendem que as empresas deveriam oferecer escolhas mais transparentes e diretas sobre consentimento.
  • Outras grandes empresas, como Meta e Google, também têm adotado práticas semelhantes, usando dados públicos para treinar suas IAs.
LinkedIn enfrenta críticas por não ter sido transparente sobre usar dados de usuários – Imagem: Bastian Riccardi/Unsplash.

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O LinkedIn, que é de propriedade da Microsoft, informou os usuários sobre essa nova política por meio de e-mails e mensagens, mas muitos se sentiram desprevenidos, diferentemente da Microsoft, que ofereceu um prazo maior para o usuário não liberar o uso de seus dados.

Em resposta às críticas, o LinkedIn afirmou que está focado em aprender como melhorar sua abordagem no futuro, buscando maneiras de implementar mudanças mais informadas. Essa situação levanta questões importantes sobre a ética no uso de dados pessoais e o valor do trabalho dos usuários na construção dessas tecnologias.

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O LinkedIn admitiu que precisa melhorar a comunicação sobre o que faz com os dados das pessoas – Imagem: photosince/Shutterstock.
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.