Técnica mais eficaz para tratar parada cardíaca é descoberta

Posicionar eletrodos de desfibrilação nas costas e no peito pode elevar em mais de duas vezes e meia as chances de retorno da circulação
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Gabriel Sérvio 24/09/2024 19h45, atualizada em 02/10/2024 12h22
ataque cardíaco
Imagem: Pixel_away/iStock
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Um novo estudo da Oregon Health and Science University (OHSU) indica que posicionar eletrodos de desfibrilação no peito e nas costas, em vez da configuração tradicional de apenas no peito, pode aumentar em mais de duas vezes e meia as chances de sobrevivência a uma parada cardíaca fora do hospital (OHCA).

Atualmente, a recuperação de circulação ocorre em cerca de 30% dos casos, mas apenas 10% dos pacientes sobrevivem.

Normalmente, em adultos, um eletrodo de desfibrilação é colocado no lado direito do peito, logo abaixo da clavícula e o outro no lado inferior esquerdo, abaixo da axila. Isso é conhecido como posicionamento anterior-lateral (AL). A pesquisa da Oregon University buscou descobrir se posicionar os eletrodos de outra maneira melhoraria os resultados dos atendimentos.

Detalhes do estudo sobre desfibrilação

  • A pesquisa analisou dados de 255 pacientes com OHCA entre 2019 e 2023, focando na eficácia do posicionamento dos eletrodos.
  • Dos participantes, 62% estavam com os eletrodos na configuração ântero-posterior (um no peito e outro nas costas), enquanto 38% usavam a configuração anterior-lateral.
  • Os resultados mostraram que aqueles com a configuração ântero-posterior tiveram 2,64 vezes mais chances de retorno da circulação espontânea.
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Sobrevivência no atendimento emergencial de parada cardíaca ainda é baixa – Imagem: trairut noppakaew / Shutterstock.com

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Os pesquisadores explicam que essa abordagem permite uma melhor distribuição da corrente elétrica pelo coração, aumentando a eficácia da ressuscitação. No entanto, eles alertam que essa técnica pode ser desafiadora em emergências, especialmente para socorristas leigos que podem ter dificuldade em mover o paciente rapidamente.

Joshua Lupton, coautor do estudo e sobrevivente de uma parada cardíaca, ficou surpreso com a magnitude dos resultados e sugeriu que isso poderia estimular mais pesquisas na área, promovendo uma melhor compreensão das melhores práticas para o manejo de paradas cardíacas.

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Nova abordagem aumenta a eficácia da ressuscitação quando uma pessoa sofre um ataque cardíaco – Imagem: Theerani lerdsri/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.