Drex: começa segunda fase de testes da moeda digital

Será testada a implementação de serviços financeiros oferecidos por meio de contratos inteligentes criados pelos participantes do Drex
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 24/09/2024 12h22
Imagem mostra, ao fundo, em uma mesa, notas de real e moedas; à frente, um smartphone com o logo do Drex na tela
Drex é a versão digital do Real (Imagem: Sidney de Almeida/ Shutterstock)
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O Banco Central (BC) deu início à segunda fase do projeto-piloto do Drex, também conhecido como Real Digital. Agora, será testada a implementação de serviços financeiros disponibilizados por meio de contratos inteligentes, criados e geridos por participantes da plataforma.

Lançamento ficou para o ano que vem

Segundo o BC, esta nova fase de testes deve durar até o fim do primeiro semestre de 2025. Recentemente, a data de lançamento da moeda digital foi adiada para o ano que vem, embora não tenha sido divulgada uma data específica para isso.

Banco Central do Brasil
BC divulgou a lista dos 13 temas selecionados para a segunda fase de testes do Drex (Imagem: Jo Galvao/Shutterstock)

Vamos avaliar os diferentes casos de uso, sempre levando em conta os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor. Também iremos testar o uso de ativos não regulados pelo BC. Para isso, estamos trabalhando em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Fabio Araújo, coordenador da iniciativa do Drex

O Banco Central divulgou a lista dos 13 temas selecionados para a segunda fase. Os assuntos foram escolhidos pelo Comitê Executivo de Gestão da iniciativa a partir de 42 propostas recebidas. É possível conferir todos eles clicando aqui.

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Criação do Drex foi anunciada no ano passado (Imagem: divulgação/Banco Central)

Moeda digital será usada em transações financeiras

  • Na prática, o Drex servirá como o futuro das cédulas físicas, já emitidas pelo BC, e será garantida pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas já em vigor.
  • Será possível usar a moeda digital para transações financeiras, transferências e pagamentos, por exemplo.
  • Sua custódia ficará no Banco Central.
  • Ela poderá ser trocada pelo real tradicional (em notas), e vice-versa, mas o foco serão as transações financeiras.
  • A cotação frente a outras moedas também será a mesma.
  • Não será permitido que os bancos emprestem esses recursos a terceiros — como acontece atualmente com o real físico — e depois os devolva aos clientes.
  • Não haverá remuneração, ou seja, os recursos não terão uma correção automática.
  • Haverá uma garantia da segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações.
  • Ainda segundo o BC, qualquer pessoa ou empresa que desejar ter a moeda digital precisará entregar reais em formato convencional para a realização da troca.
  • “Essa operação não será feita diretamente pelo BC, ela será intermediada por um participante do sistema financeiro (banco, cooperativa ou fintech) ou do sistema de pagamentos (instituição de pagamento), ou ainda de algum novo tipo de empresa que venha a ser criada sob a autorização do BC para intermediar o acesso e a utilização de reais no formato digital”, disse o Banco Central.
  • Os usuários precisarão ter uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado pela entidade — como um banco ou uma instituição de pagamento, por exemplo — para conseguir ter acesso à nova moeda digital.
  • Por estar sempre associada a um serviço financeiro, é natural que os custos da plataforma da nova moeda digital estejam embutidos.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.