Google acusa Microsoft de prática antitruste na União Europeia

No processo, o Google alegou que a Microsoft está abusando de sua posição empresarial para sufocar a concorrência na computação em nuvem
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 25/09/2024 13h23, atualizada em 26/09/2024 16h18
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O Google apresentou uma queixa antitruste na União Europeia que acusa a Microsoft de um suposto abuso de seu poder de dominar a computação em nuvem. As informações são da Bloomberg.

A gigante das buscas acusou a Microsoft de usar sua influência em software empresarial para direcionar empresas para os serviços de nuvem do Azure e dificultar sua saída.

Uma mudança no licenciamento da Microsoft em 2019 pune supostamente os clientes do Windows Server que desejam usar um serviço de nuvem concorrente, alega o Google no processo antitruste. Isso supostamente limita as opções e aumenta os preços.

A Microsoft resolveu um processo de um grupo da indústria sobre uma disputa comparável em julho deste ano, mas o Google alegou que as mudanças prometidas não foram longe o suficiente para resolver as preocupações. Esta era a única maneira de eliminar o “bloqueio de fornecedor” da Microsoft, afirma o Google.

A Microsoft chegou a informar ao Wall Street Journal que acreditava que o acordo lidava com os problemas e o argumento do Google “não conseguiria persuadir” a Comissão Europeia.

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Fachada da Microsoft com logo da empresa
Práticas desleais da Microsoft obrigam usuários a ficarem em seus serviços de computação em nuvem – Imagem: bluestork/Shutterstock

Problemas antitruste da Microsoft na UE não são novidade

  • A Microsoft não é estranha às reclamações antitruste na UE, tendo sido forçada a fazer alterações nas opções do navegador da web e outros elementos das plataformas.
  • Em junho, a Comissão determinou que a Microsoft abusou de sua participação de mercado ao vincular o Teams ao Microsoft 365 e ao Office 365 a partir de abril de 2019.
  • Não é certo que a reclamação terá sucesso ou que será resolvida a tempo de ter um impacto significativo na concorrência na região. Se a Comissão concordar em aceitar a reclamação, ela terá que decidir se vale a pena apresentar queixa.
  • A Microsoft também pode contestar quaisquer multas ou outras penalidades resultantes, adiando potencialmente o resultado para anos no futuro.

A luta antitruste, no entanto, ressalta o quão importante a computação em nuvem corporativa se tornou para o Google e a Microsoft.

Embora as batalhas convencionais tenham se concentrado em pesquisa, monopólios de software e publicidade, a atenção agora está se voltando para os sistemas de nuvem que alimentam os serviços nos bastidores.

Posicionamento da Microsoft

A Microsoft disse esperar que as alegações do Google não sejam aceitas pela UE. “A Microsoft resolveu amigavelmente preocupações semelhantes levantadas por provedores de nuvem europeus, mesmo depois que o Google esperava que eles continuassem litigando”.

microsoft azure
Microsoft supostamente pune usuários do Windows Server que desejam usar um concorrente do Azure (Imagem: Daniel Constante / Shutterstock.com)

Mas e o Google? Empresa tem acusações por outro motivo

Desde o último dia 9, o Google passa por mais um julgamento de processo antitruste. Dessa vez, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) contesta a monetização de publicidade da empresa. Promotores alegam que o sistema utilizado pela gigante das buscas prejudica empresas de mídia.

O novo processo faz parte da lei antitruste, pela qual o governo Biden tenta controlar as big techs. Vale lembrar que a gigante das buscas perdeu, recentemente, uma ação que a acusava de monopólio no sistema de pesquisa.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.