Picadas de aranhas são 2ª maior causa de envenenamentos no país

No ano passado, foram 43.933 acidentes causados por aranhas no Brasil, o que representa 12% do total de casos com animais peçonhentos
Alessandro Di Lorenzo01/10/2024 17h53, atualizada em 04/01/2025 16h23
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Imagem: Pong Wira/Shutterstock
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O Brasil registrou 341.806 acidentes com animais peçonhentos ao longo de todo o ano de 2023. Destes, 43.933 foram ocasionados por aranhas, o que representa 12% do total. O Ministério da Saúde alerta que os aracnídeos são o segundo maior causador de envenenamentos por animais peçonhentos no país, atrás apenas dos escorpiões.

Apenas três grupos de aranhas causam acidentes graves

Acidentes causados por animais peçonhentos representam um importante desafio para a saúde pública no Brasil. Devido à rica biodiversidade e ao clima tropical favorável, o país abriga uma grande variedade de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos, cujas picadas ou mordidas podem resultar em graves consequências para a saúde humana.

Segundo o Ministério da Saúde, embora apenas três grupos de aranhas causem acidentes graves, todas fazem parte do convívio humano, seja dentro de casa, em quintais ou parques. Nestes casos, é recomendado o uso dos chamados soros antivenenos, incluindo o soro antiaracnídico, que são distribuídos exclusivamente via Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser disponibilizados por hospitais públicos, filantrópicos e privados.

Aranha-armadeira é uma das causadoras de mais acidentes no Brasil (Imagem: Tobias Hauke/Shutterstock)

Uma das principais aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil é a loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino). Os sinais e sintomas da picada incluem dor de pequena intensidade. O local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (placa marmórea), instalada sobre uma região endurada.

Também podem ser observadas vesículas ou bolhas sobre a área endurada, com conteúdo sero‐sanguinolento ou hemorrágico. Nos casos mais graves, ocorre hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal aguda por necrose tubular.

Já no caso de picada da Phoneutria (aranha-armadeira ou macaca), a dor imediata é o sintoma mais frequente. Sua intensidade é variável, podendo irradiar até a raiz do membro acometido.

Outros sintomas são inchaço por acúmulo de líquidos, manchas vermelhas na pele, formigamento ou dormência na pele e excesso de suor no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação.

Por fim, a picada da Latrodectus (viúva-negra) tem como sintomas dor, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos. Podem ocorrer ainda tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, dor de cabeça, manchas vermelhas na face e pescoço. Há relatos de distúrbios de comportamento e choque, em casos graves.

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Veneno da aranha viúva-negra pode causar alterações na pressão e nos batimentos cardíacos (Imagem: Miro Vrlik Photography/Shutterstock)

O que fazer em caso de picada

  • Em caso de acidente, a principal orientação é procurar atendimento médico imediatamente.
  • Fotografar ou informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo de animal, cor, tamanho, pode ajudar bastante no tratamento.
  • Se possível e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, também é indicado lavar o local da picada com água e sabão.
  • Além disso, realizar compressas mornas pode ajudar a aliviar a dor.
  • Já as medidas para prevenir acidentes com aranhas incluem manter jardins e quintais limpos, evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas.
  • Outra dica é evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas, bem como limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos.
  • Por fim, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas, e usar telas em ralos do chão, pias ou tanques pode impedir o contato com estes animais peçonhentos.
  • As informações são da Agência Brasil.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

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