(Imagem: Gabriel Sérvio/Criada por DALL-E/Olhar Digital)
Os astronautas da NASA já coletaram mais de 360 quilos de rocha e solo da Lua apenas em missões da Apollo de 1969 a 1972. Análises desse material mostraram algumas semelhanças com a Terra, como riqueza em cálcio, basáltico e datado de cerca de 60 milhões de anos após a formação do sistema solar.
Os dados também permitiram chegar a um consenso: de que a Lua teria se formado a partir de detritos após uma colisão com a Terra. Mas essa narrativa de 40 anos pode não ser a verdadeira história.
“Uma lua que se forma a partir de uma colisão planetária deveria orbitar acima do equador do planeta. A lua da Terra orbita em um plano diferente”, acrescenta o especialista.
Há evidências de que o mesmo fenômeno também aconteceu em outros lugares, explica Williams, apontando para Tritão, a maior das luas de Netuno. A hipótese é que Tritão foi puxado para a órbita do Cinturão de Kuiper, uma região circular repleta de asteroides nos confins do Sistema Solar. Sua órbita também é mais inclinada, com um ângulo de 67 graus em relação ao equador de Netuno.
O problema é que a órbita de “captura” começou como uma elipse alongada, em vez de um círculo. Com o tempo, influenciada por marés extremas, o formato da órbita mudou. “Hoje, a maré da Terra está à frente da Lua”, disse Williams. “A maré alta acelera a órbita. Com o tempo, a Lua se afasta um pouco mais”.
A cada ano, segundo o pesquisador, a Lua se move 3 centímetros mais longe da Terra. Em sua distância atual — cerca de 384 mil quilômetros — o satélite já sente um “puxão” da gravidade do sol. “A Lua está agora tão distante que tanto o sol quanto a Terra estão competindo por sua atenção”, disse Williams.
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Seus cálculos mostram que, matematicamente, um satélite capturado poderia se comportar como a Lua da Terra. Mas, no fim do dia, ele não tem certeza de que foi assim que ela surgiu.
“Ninguém sabe como a lua foi formada”, conclui o pesquisador. “Nas últimas quatro décadas, tivemos uma possibilidade de como ela chegou lá. Agora, temos duas. Isso abre um tesouro de novas perguntas e oportunidades para estudos posteriores.”
A pesquisa foi publicada no The Planetary Science Journal.
Esta post foi modificado pela última vez em 3 de outubro de 2024 14:05