Pilares misteriosos no meio da Austrália tem nova teoria de origem

Pilares rochosos no meio do deserto são alvo de curiosidade de turistas; os locais, por sua vez, já criaram diversas lendas sobre estruturas.
Por Bob Furuya, editado por Lucas Soares 07/10/2024 15h53, atualizada em 01/11/2024 14h27
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Imagem: GagliardiPhotography/Shutterstock
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A maioria dos desertos no mundo têm como principal característica o clima árido, a falta de chuvas e a imensidão de areia. E quase sempre essa areia se perde no horizonte, num cenário praticamente vazio, com vegetação rala e poucas formações rochosas.

O retrato é um pouco diferente no Parque Nacional Nambung, na Austrália Ocidental, onde ficam os famosos Pináculos. Os pilares de pedra surgem no meio da nada, enfincados na areia de cor amarelo escuro.

Olhando as fotos, os Pináculos parecem ter saído da ambientação de Star Wars. Ou do recente Os Anéis do Poder. Mas não. São reais e alvo de especulação há muitos e muitos anos.

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Uma lenda do povo Yued, por exemplo, afirma que esses pilares são as mãos e os dedos de jovens que desrespeitaram os mais velhos. Foram avisados de que não poderiam ir para o deserto, mas desobedeceram os anciões e foram sugados para dentro da areia…

Mas nem só de folclore vivem os Pináculos. Existem algumas teorias científicas sobre a criação dessas rochas. A primeira e a segunda especulam que os pilares eram árvores antigamente, que acumularam calcário em suas raízes. As plantas morreram, mas a pedra continuou.

Na outra teoria, os cientistas dizem acreditar que os pilares foram sendo moldados pelos chuvas. Foram milênios de intemperismo até que as pedras chegassem a esse formato que vemos atualmente.

Nem só de cangurus e animais perigosos vive a Austrália – Imagem: Ken Griffiths/Shutterstock

Novo estudo se aproxima dessa teoria

  • Um novo estudo publicado na revista Science Advances se assemelha bastante a essa última ideia.
  • De acordo com o Dr. Matej Lipar e colegas, os Pináculos foram formados há cerca de 100 mil anos, durante um período particularmente encharcado da história dessa região.
  • Os cientistas conseguiram determinar isso a partir de nódulos ricos em ferro presentes nos pilares, que agem como um carimbo de tempo geológico.

“Uma abundância de água durante esse período fez com que o calcário se dissolvesse, formando os pilares característicos dos Pináculos e criando o ambiente ideal para o desenvolvimento dos nódulos de ferro”, disse o Dr. Lipar.

Esses pilares rochosos despertam a curiosidade dos australianos há séculos – Imagem: Ken Griffiths/Shutterstock
  • Embora seja uma descoberta significativa, o coautor do estudo, Dr. Milo Barham, disse que muitas perguntas sobre os Pináculos ainda permanecem sem resposta.
  • Ele afirma que ainda não está claro o motivo pelo qual os pilares não se dissolverem como o restante do calcário.

“Foi aleatório ou havia algum tipo de estrutura acima que estava protegendo a entrada de fluido naquele pedaço de calcário?”, questionou.

  • Os pesquisadores defendem agora a realização de um novo estudo para tentar responder a esses questionamentos.

As informações são do IFL Science.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.