Deveríamos regulamentar a Lua? Cientistas acreditam que sim

Cientistas acreditam que a Lua possui muitos recursos que podem ser explorados e, por esse motivo, tais recursos precisam ser regulamentados
Por Tissiane Vicentin, editado por Lucas Soares 20/10/2024 06h00, atualizada em 01/11/2024 14h32
Lua à noite
Amostras chinesas da Lua mostram vulcões mais novos do que se esperava (Imagem: Rodrigo Mozelli/Olhar Digital)
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Alguns cientistas ainda acreditam que a Lua possui muitos recursos que podem ser explorados. Eles também acreditam que, por esse mesmo motivo, tais recursos precisam ser regulamentados.

Afinal, diferentemente dos territórios que dividem o mundo em continentes, países e nações, o comando da Lua não é algo exatamente definido.

Regulamentação da Lua: o que está em jogo?

Qual o real objetivo de regulamentar a Lua e os recursos disponíveis no local? O principal interesse é para trazer uma economia autossustentável espacial.

Nesse sentido, uma das principais ideias discutidas atualmente é com relação à água congelada encontrada na superfície do satélite natural da Terra.

A discussão é para saber se existe água suficiente para ser coletada e transformada em água potável, ou processada em outros elementos essenciais para a vida, como oxigênio e hidrogênio – o que traria um suporte interessante às missões lunares.

O principal esforço para tornar essa ideia algo mais palpável é provar que a reserva de água no polo sul lunar de fato existe nesses termos – ou seja, de forma que possa ser explorado em prol de uma “economia lunar”.

Ilustração em 3D mostra a superfície da Lua e a Terra ao fundo, ilustrando uma missão em solo lunar
Imagem: Mopic/shutterstock.com

Assim, encontramos cientistas como Clive Neal, especialista em exploração lunar e professor de Engenharia Civil e Ambiental e Ciências da Terra na Universidade de Notre Dame (localizada em Indiana, nos EUA).

Ao Space.com, o especialista afirma que é preciso estimular campanhas coordenadas para que seja possível a realização de missões dedicadas a entender (e comprovar) o potencial lunar.

Na última década, cerca de 30 missões com robôs foram realizadas na Lua e outras 16 estão em fase de proposição – sem ainda receber financiamento para acontecer.

Neal conta que a campanha é justamente para estimular mais novas idas ao satélite.

“Precisamos formalizar esta campanha em termos de atrair as pessoas, para levá-la a sério. É hora de colaboração e cooperação”, acredita.

Neal lidera a Campanha Internacional de Prospecção de Recursos Lunares (ILRPC, na sigla em inglês), uma proposta para a regulamentação e exploração lunar a qual ele apresentou este ano durante o 37º Congresso Internacional de Geologia, realizado em agosto em Busan, na Coreia do Sul.

Redator(a)

Tissiane Vicentin é redator(a) no Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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