Tigre-da-tasmânia pode voltar à vida – entenda

Cientistas conseguiram montar o genoma mais completo até hoje do tigre-da-tasmânia a partir de restos mortais do animal extinto
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 23/10/2024 08h22, atualizada em 24/10/2024 21h22
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Um grupo de cientistas conseguiu montar o genoma mais completo até hoje do tigre-da-tasmânia. O resulto foi possível a partir de análises feitas com os restos mortais do animal extinto. Este é considerado mais um passo na tentativa de trazer a espécie de volta à vida.

Espécie foi extinta no século passado

  • Também conhecido como tilacino, o tigre-da-tasmânia foi o último membro sobrevivente de sua linhagem.
  • Ele habitou toda a Austrália e Nova Guiné, mas por volta de 2.000 anos atrás acabou ficando restrito apenas ao estado australiano da Tasmânia.
  • O animal carregava seus filhotes em uma bolsa, assim como seus primos cangurus, e caçava pequenos pássaros e roedores.
  • A espécie foi levada à extinção no século passado devido à caça humana e perda de seu habitat.
Fóssil de tigre-da-tasmânia (Imagem: mark higgins/Shutterstock)

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Ideia é recriar animais e recolocá-los na natureza

A montagem do genoma faz parte dos esforços, liderados pela empresa Colossal Biosciences, feitos através de análises realizadas em uma cabeça de 110 anos. O bom estado de preservação deste espécime permitiu aos pesquisadores juntar a maior parte de sua sequência de DNA, bem como fitas de RNA que mostram quais genes estavam ativos em vários tecidos quando o animal morreu.

O genoma recém montado é semelhante em tamanho a um genoma humano, consistindo em 3 bilhões de pares de bases de nucleotídeos, moléculas que formam os degraus da escada do DNA. Quarenta e cinco lacunas permanecem na sequência e os cientistas tentar resolver estes problemas em breve a partir de mais estudos.

Crânio de tigre-da-tasmânia usado na pesquisa (Imagem: Colossal Biosciences)

Até agora, muitos especialistas acreditavam que era impossível reconstruir um genoma completo a partir de amostras históricas. Por isso, a descoberta ganha ainda mais destaque. A ideia é que estes avanços ajudem a reintroduzir o tigre-da-tasmânia na natureza.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.