Na corrida das IAs, a Intel ficou para trás. Como isso aconteceu?

Enquanto a concorrência fica cada vez mais valorizada, a Intel não conseguiu inovar em seus produtos para acompanhar o "boom" das IAs
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 25/10/2024 06h36
Fachada de prédio da Intel
Intel: Apropos/Shutterstock
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O complicado momento vivido pela Intel, que se vê superada em meio aos concorrentes que avançam junto do “boom” da IA, pode ser contado começando por uma decisão tomada há quase 20 anos, conforme análise do jornal New York Times.

Em 2005, a Intel estava à beira de uma decisão crucial: adquirir a Nvidia, uma emergente empresa de chips gráficos, por até US$ 20 bilhões.

Apesar do potencial dos chips da Nvidia para se tornarem essenciais em data centers e inteligência artificial, o conselho da Intel rejeitou a proposta, temendo o alto custo e um histórico de aquisições malsucedidas. Esse foi um “momento fatídico”, pois a Nvidia se tornou líder em tecnologia de IA, enquanto a Intel luta para recuperar sua antiga glória no setor.

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Muitas empresas de tecnologia cobiçam chips poderosos de IA atualmente, algo que a Intel ainda não fabricou com sucesso (Imagem: mesh cube / Shutterstock.com)

Nvidia cada vez maior no mercado; Intel faz cortes em suas equipes

  • Atualmente, a Nvidia tem um valor de mercado superior a US$ 3 trilhões, em contraste com os menos de US$ 100 bilhões da Intel.
  • A Intel, que demitiu 15 mil funcionários e viu sua receita cair mais de 30% de 2021 a 2023, enfrenta desafios em se adaptar ao mercado de IA.
  • A cultura corporativa da Intel, que priorizava sua bem-sucedida linha de chips x86, impediu a inovação necessária para competir com a Nvidia.

Após uma série de falhas em projetos, como o Larrabee, que pretendia combinar design gráfico com arquitetura de chips, a Intel ainda não conseguiu estabelecer uma presença forte em IA, mesmo após aquisições como a Nervana Systems.

Sob a liderança de Patrick Gelsinger, a Intel está tentando recuperar seu status, mas a competição da Nvidia é intensa. Embora a empresa tenha avançado em tecnologia de fabricação e introduzido novos chips, muitos ainda são produzidos por terceiros, como a TSMC.

Agora, a Intel busca explorar oportunidades em IA em data centers, onde já tem uma presença significativa. No entanto, Gelsinger admite que a Intel está atrasada na corrida da IA e que a Nvidia continua liderando o mercado.

Close em chip da Intel
Reconhecendo que está obsoleta, a Intel busca meios de avançar no ramo da IA rapidamente (Imagem: Daniel Chetroni/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.