A escotilha que pode salvar astronautas da Artemis II; entenda

Porta da nave espacial Orion terá explosivos para caso de emergência em missão que marca retorno do homem à Lua
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 28/10/2024 23h37, atualizada em 01/11/2024 14h23
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Astronautas do Artemis II testam escotilha da Orion (Imagem: Lockheed Martin Space/Divulgação)
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Os astronautas selecionados para a missão da NASA na nave espacial Orion passaram por mais um treinamento que pode garantir o sucesso do retorno do homem à Lua.

A equipe da Artemis II testou a engrenagem da escotilha fabricada pela Lockheed Martin. Um treinamento que, segundo a empresa, tem como base os ensinamentos da Apollo I, primeira missão tripulada do programa de exploração lunar estadunidense.

Se tudo correr bem, a porta não terá de ser aberta em nenhum momento após o lançamento, previsto para setembro de 2025. Inicialmente, a missão começaria em janeiro deste ano, mas foi adiada por problemas de engenharia, especialmente com o escudo térmico da espaçonave.

“Tenho trabalhado com exploração e atividades relacionadas à Orion desde 2016 e aprendi mais no teste sobre a escotilha do que em horas de leitura ou estudo. Este é um ótimo treinamento”, disse Victor Glover, que se tornará o primeiro astronauta negro a sair da órbita da Terra.

Glover em treinamento com escotilha da Orion (Imagem: Divulgação/Lockheed Martin)

A escotilha lateral normalmente abre usando caixas de engrenagens manuais e é operada da sala de comando do Centro Espacial Kennedy, nos Estados Unidos. Mas a porta possui dispositivos pirotécnicos (explosivos), que, segundo a Nasa, “liberam os pinos de trava na escotilha instantaneamente, permitindo que a escotilha abra rapidamente” para casos de emergência.

“Tanto a escotilha lateral quanto a escotilha do Launch Abort System (LAS) têm designs complexos e aprendemos sobre como elas funcionam e reagem aos ambientes nos testes. É inestimável que eles tenham amplas oportunidades de treinar e testar para estarem prontos e confortáveis ​​para o voo”, disse John Lawlor, gerente de mecanismos de tripulação da Orion da Lockheed Martin.

A nave já decolou para o espaço em outros dois momentos, nas missões EFT-1 e Artemis I, mas essa é a primeira vez que a escotilha funcionará como ferramenta de proteção dos astronautas a bordo. 

“O sistema complexo foi projetado para manter a pressão de ar interna apropriada para a segurança da tripulação enquanto garante que ela possa suportar o ambiente hostil do Espaço e as constantes mudanças de pressão ao longo da missão”, informou a empresa.

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(Imagem: Divulgação/Lockheed Martin)

O que pretende a missão Artemis II?

A NASA quer repetir o sucesso da Artemis I, missão não tripulada, que foi ao Espaço em 2022, para “confirmar que todos os sistemas da nave espacial operam conforme projetado com a tripulação a bordo no ambiente real do espaço profundo” ao longo de dez dias.

“O primeiro voo da Artemis com tripulação é um passo importante no retorno de longo prazo à Lua e nas missões à Marte”, diz a agência espacial estadunidense.

Fazem parte da missão os astronautas da Nasa Reid Wiseman, Victor Glover, Christina Koch, a primeira mulher a ir à Lua, e Jeremy Hansen, além dos membros da reserva Andre Douglas e Jenni Gibbons.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.