Do terror à ciência: entenda a relação entre o Halloween e a busca pela matéria escura

Neste 31 de outubro de 2024, a astronomia realiza uma caça histórica ao invisível – que os cientistas chamam de matéria escura
Flavia Correia31/10/2024 13h16
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Crédito: Interactions Collaboration/Corri Seizinger - Shutterstock. Edição: Olhar Digital
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Em 31 de outubro, enquanto alguns países do mundo comemoram o Halloween, a astronomia celebra o Dia Internacional da Matéria Escura – uma oportunidade para cientistas ao redor do globo compartilharem com o público informações sobre este que é um dos grandes enigmas do cosmos

Neste dia, desde 2017, mais de 350 ações globais, regionais e locais foram realizadas por instituições e indivíduos que buscam envolver o público em discussões sobre o que já sabemos sobre a matéria escura e os muitos experimentos que buscam resolver seus mistérios – de acordo com a Interactions Collaboration, uma comunidade internacional de especialistas em comunicação de física de partículas que patrocina o evento.

Para tentar compreender esse enigma, imagine uma “caixa” que contenha tudo o que existe no Universo observável: átomos, moléculas, planetas, estrelas, buracos negros e galáxias. Surpreendentemente, essa “caixa” representaria apenas 5% do cosmos. Os outros 95% são divididos entre energia escura e matéria escura, sendo que a primeira corresponde a 70% do Universo, enquanto a segunda representa cerca de 25%.

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Representação artística da matéria escura, que compõe mais de 70% do Universo. Crédito: KIPC/SLAC/AMNH

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A escolha desta data para essa celebração está intimamente relacionada à festividade do Halloween, que traz à tona a ideia de mistério e invisibilidade. O lema de 2024, “Os caça-fantasmas cósmicos – Todos adoram um mistério”, se refere àqueles que se dedicam a decifrar esse segredo universal. Embora não tenha sido detectada diretamente, a matéria escura é considerada essencial para explicar fenômenos astrofísicos, como a rotação das galáxias.

Desde a década de 1930, evidências indicam a presença de uma forma de matéria que não emite luz, levando à conclusão de que deve haver uma matéria “oculta”, cuja existência se revela apenas pela sua interação gravitacional. Atualmente, cerca de 40 experimentos em todo o mundo buscam sinais dessa substância enigmática, com a esperança de que avanços significativos sejam alcançados nos próximos cinco ou dez anos.

Pesquisadores apontam que matéria escura pode ter diferentes tipo de partículas (Crédito: Artsiom P/ Shutterstock)
Pesquisadores apontam que matéria escura pode ter diferentes tipo de partículas. Crédito: Artsiom P/ Shutterstock

Entre os possíveis candidatos, destacam-se as partículas conhecidas como Wimps (Partículas Massivas de Interação Fraca) e os áxions. Acredita-se que a matéria escura pode incluir diferentes tipos de partículas, formando um “setor escuro” ainda não explorado. Paralelamente, a energia escura também continua a ser um enigma, possivelmente relacionado à “constante cosmológica” proposta por Albert Einstein.

Esses mistérios impulsionam cientistas ao redor do mundo, incluindo os brasileiros, na busca por respostas que possam transformar nossa compreensão do Universo. 

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.