Drex: como a moeda digital pode mudar o dia a dia dos brasileiros?

O Drex, também conhecido como Real Digital, está em fase finais de testes e deve ser lançado oficialmente no final do ano que vem
Alessandro Di Lorenzo06/11/2024 10h20
Imagem mostra, ao fundo, em uma mesa, notas de real e moedas; à frente, um smartphone com o logo do Drex na tela
Drex é a versão digital do Real (Imagem: Sidney de Almeida/ Shutterstock)
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Drex, também conhecido como Real Digital, só deve ser lançado oficialmente no final do ano que vem. No entanto, já é possível imaginar qual será o impacto da implementação da moeda digital no dia a dia dos brasileiros.

Segundo o Banco Central (BC), foi dado início à segunda fase do projeto-piloto. Agora, será testada a implementação de serviços financeiros disponibilizados por meio de contratos inteligentes, criados e geridos por participantes da plataforma. Esta fase deve se estender até o fim do primeiro semestre do ano que vem.

Vantagens do uso do Real Digital

Segundo analistas, o lançamento do Drex promete impulsionar uma transformação significativa nas finanças em todo o Brasil. A ideia é que a moeda digital sirva para diversificar o ecossistema financeiro do país, permitindo transações digitais seguras e regulamentadas.

Um dos principais efeitos é permitir transações em locais onde o acesso ao sistema bancário é limitado. Isso porque o Real Digital exclui o banco da transação, possibilitando que as transferências sejam feitas de usuário para usuário, sem intermediários.

Outra vantagem é a redução dos custos das transações bancárias, que elevam o valor das operações financeiras. Atualmente, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), algumas instituições já cobram taxa de 0,99% a 1,45% do valor do Pix .

Drex
Drex é a versão digital do Real (Imagem: Sidney de Almeida/Shutterstock)

Além disso, todas as operações serão realizadas em tempo real. Atualmente, algumas transações ainda envolvem espera, mas com a nova moeda virtual isso será eliminado, tanto para recebimentos quanto para envios.

Ao mesmo tempo, o Drex pode sim popularizar os serviços financeiros digitais, já que oferece uma maneira 100% virtual de transacionar dinheiro sem a necessidade de uma conta bancária convencional. Outra utilidade é tornar o investimento em Tesouro Direto mais acessível. Com a moeda digital, será possível adquirir títulos públicos de forma mais simples, sem a necessidade de intermediários como bancos ou corretoras.

Também pode haver impactos no planejamento financeiro dos brasileiros. A nova moeda digital vai ajudar a consolidar informações financeiras e de créditos, permitindo que as famílias olhem com mais atenção para o assunto.

No entanto, alguns especialistas destacam a questão da privacidade e do controle governamental sobre as transações financeiras como motivo de preocupação. O temor é que o governo possa utilizar o Drex para monitorar de forma mais detalhada a economia das famílias e empresas. As informações são da Forbes.

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Criação do Drex foi anunciada no ano passado (Imagem: divulgação/Banco Central)

Moeda digital será usada em transações financeiras

  • Na prática, o Drex servirá como o futuro das cédulas físicas, já emitidas pelo BC, e será garantida pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas já em vigor.
  • Será possível usar a moeda digital para transações financeiras, transferências e pagamentos, por exemplo.
  • Sua custódia ficará no Banco Central.
  • Ela poderá ser trocada pelo real tradicional (em notas), e vice-versa, mas o foco serão as transações financeiras.
  • A cotação frente a outras moedas também será a mesma.
  • Não será permitido que os bancos emprestem esses recursos a terceiros — como acontece atualmente com o real físico — e depois os devolva aos clientes.
  • Não haverá remuneração, ou seja, os recursos não terão uma correção automática.
  • Haverá uma garantia da segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações.
  • Ainda segundo o BC, qualquer pessoa ou empresa que desejar ter a moeda digital precisará entregar reais em formato convencional para a realização da troca.
  • Os usuários precisarão ter uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado pela entidade — como um banco ou uma instituição de pagamento, por exemplo — para conseguir ter acesso à nova moeda digital.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.