Descoberta de galáxia rara de anel triplo desafia a ciência

Uma das teorias mais aceitas sobre as galáxias de anel sugere que elas se formam por meio de colisões
Flavia Correia13/11/2024 13h59
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Galáxia rara de anel triplo detectada pelo Telescópio Subaru. Crédito: Telescópio Subaru / Observatório Astronômico Nacional do Japão
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Uma imagem obtida pelo telescópio japonês Subaru, localizado na ilha Mauna Kea, no Havaí, revela uma galáxia extremamente rara de anel triplo, situada a cerca de 800 milhões de anos-luz da Terra. A descoberta foi anunciada pelo Observatório Astronômico Nacional do Japão, que destacou que a formação dessa galáxia ainda é um enigma para os cientistas.

O que você vai ler aqui:

  • O telescópio Subaru descobriu uma galáxia de anel triplo a 800 milhões de anos-luz de distância;
  • Galáxias de anel não se encaixam na classificação padrão da sequência de Hubble;
  • Teorias sugerem que os anéis são resultantes de colisões ou ressonâncias;
  • A origem da galáxia recém-descoberta ainda é desconhecida.
Imagem completa da galáxia rara de anel triplo detectada pelo Telescópio Subaru. Crédito: Telescópio Subaru / Observatório Astronômico Nacional do Japão

O sistema clássico de classificação de galáxias, baseado na sequência de Hubble, é dividido em quatro tipos principais: elípticas, lenticulares, espirais e irregulares. As galáxias elípticas têm uma forma arredondada ou oval e uma distribuição uniforme de estrelas. As lenticulares são mais achatadas e apresentam uma protuberância central. As espirais, como a Via Láctea, possuem uma região central com braços estelares em forma de espiral. Já as galáxias irregulares não seguem qualquer padrão específico de forma ou estrutura.

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Galáxias com anéis fogem da classificação oficial

As galáxias com anéis não se encaixam facilmente em nenhuma dessas categorias. Isso gerou discussões sobre a necessidade de revisar a sequência de Hubble, uma vez que a classificação tradicional pode não ser adequada para classificar fenômenos tão distintos. 

PGC 54559, exemplo de galáxia em anel. Crédito: Gtspace – Shutterstock

Embora as galáxias normalmente sigam trajetórias evolutivas previsíveis, as de anel desafiam essas expectativas, levantando questões sobre seu processo de formação.

Uma das teorias mais aceitas sugere que essas galáxias se formam por colisões. Quando uma galáxia passa pelo centro de uma galáxia espiral, pode gerar ondas de choque que dispersam gás e poeira, formando um anel ao redor do núcleo. Outra hipótese aponta para a ressonância gravitacional, em que o movimento do gás nas galáxias cria áreas de alta densidade, resultando em anéis de diferentes formas.

O projeto de ciência cidadã Galaxy Cruise, responsável por classificar as imagens do telescópio Subaru, atualmente acredita que as galáxias de anel se formam por colisões. No entanto, a origem exata da galáxia de anel triplo recém-identificada ainda é incerta. 

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.