Carro lançado no Brasil leva nota zero em segurança

O carro foi reprovado nos testes do Latin NCAP, sem pontuar suficientemente para receber nem mesmo uma estrela da organização
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 21/11/2024 15h59, atualizada em 21/11/2024 17h20
Citroën C3 Aircross em teste de impacto
(Imagem: divulgação/Latin NCAP)
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Um dos requisitos básicos de um carro hoje em dia é a segurança. Existem diversos mecanismos utilizados pelas montadoras e testes realizados para garantir que os modelos estejam dentro dos padrões estabelecidos.

No entanto, nem sempre os modelos passam nas avaliações. Este foi exatamente o caso do Citroën C3 Aircross. O carro foi reprovado nos testes de avaliação de impacto do Latin NCAP, sem pontuar suficientemente para receber nem mesmo uma estrela da organização.

Dispositivos de segurança não se mostraram eficazes

O Latin NCAP revelou que o modelo, feito no Brasil, apresentou maus resultados em uma bateria de testes de segurança. Entre eles: impacto frontal, impacto lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção para pedestres e ESC. O Citroën C3 Aircross obteve 33,01% em ocupante adulto, 11,37% em ocupante infantil, 49,57% em proteção de pedestres e usuários vulneráveis da estrada e 34,88% em assistência à segurança

A entidade ainda informou que “o teste de impacto lateral de poste não foi realizado e obteve zero pontos devido à falta de proteção lateral para a cabeça nas filas dianteira e traseira, que nem sequer é oferecida como opcional”.

O teste de impacto frontal do novo Citroën C3 Aircross “mostrou uma proteção fraca para o peito do passageiro da frente”. O teste de impacto lateral “apresentou uma intrusão relevante no habitáculo, aumentando os riscos de lesões aos ocupantes”. Já o teste de chicotada cervical (whiplash) “obteve proteção deficiente para o pescoço do adulto”. Por fim, a proteção dinâmica para crianças não pontuou “porque a sinalização das ancoragens Isofix não cumpre com os requisitos do Latin NCAP”.

A maioria dos Sistemas de Retenção Infantil (SRI) testados falharam e não é possível desativar o airbag do banco do passageiro dianteiro ao colocar um SRI voltado para trás. O lembrete do cinto de segurança ainda não cumpriu requisitos do Latin NCAP e para pedestres o carro apresenta “proteção marginal, adequada e fraca para a cabeça, com uma área limitada de boa proteção”.

SUV Citroën C3 Aircross
Citroën C3 Aircross teve desempenho abaixo do esperado em testes de impacto (Imagem: divulgação/Citroën)

O Citroën C3 Aircross também não ofereceu Sistemas de Assistência à Velocidade na versão padrão ou como opcionais Sistemas de Suporte de Pista e Frenagem Autônoma de Emergência.

Enquanto outros concorrentes oferecem mais segurança e melhor desempenho, a Citroën continua a proporcionar uma segurança deficiente como padrão em seus carros. O Latin NCAP insta a Stellantis, a PSA e a Citroën a mudar seu enfoque, a melhorar o equipamento básico de segurança dos carros e a oferecer voluntariamente os carros ao Latin NCAP para mostrar aos consumidores seu desempenho. 

Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP

Todas as informações das avaliações foram divulgadas pela própria Latin NCAP (clique aqui para conferir).

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O que diz a montadora responsável pelo modelo

Em nota enviada ao Olhar Digital, a Stellantis, responsável pela marca Citröen, se manifestou sobre o teste. “A Stellantis reforça seu compromisso com a Segurança Veicular e que seus modelos comercializados atendem todas as regulamentações vigentes. A segurança de um carro é um conjunto pensado desde o início do desenvolvimento, e vai muito além da oferta individual de itens de segurança ativa e passiva. A variante da plataforma CMP permite ao Aircross ter uma carroceria robusta com ampla proteção ao habitáculo”.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.