Cratera polêmica e Júpiter nas imagens astronômicas da semana

Na última semana, apresentamos mais duas imagens de uma série em que mostraremos astrofotografias produzidas aqui no Brasil, por brasileiros
Por Marcelo Zurita, editado por Lucas Soares 25/11/2024 11h51, atualizada em 25/11/2024 11h55
unnamed-71-1920x917.png
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Toda semana, no Programa Olhar Espacial, exibimos duas imagens astronômicas que se destacaram na semana que passou. E na última semana, apresentamos mais duas imagens de uma série em que mostraremos astrofotografias produzidas aqui no Brasil, por brasileiros. Confiram:

Cratera de um Nazista

[ Créditos: Vaz Tolentino – Belo Horizonte, MG ]

A primeira imagem retrata uma cratera polêmica, a Euclides D. Trata-se de uma pequena cratera de impacto de de cerca de 6 km de diâmetro e morfologia simples, em forma de tigela, com encostas pouco íngremes e fundo do piso interno arredondado. Ela foi nomeada em honra a Euclides de Alexandria, só que, em 1976, a União Astronômica Internacional decidiu renomear essa cratera para “EPPINGER”, em homenagem ao destacado médico austríaco Hans Eppinger Jr, falecido em 1946. Posteriormente, soube-se que Hans Eppinger Jr, havia participado de experimentos médicos nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, e isso levou a IAU a voltar atrás. Desde 2002, a cratera oficialmente voltou a se chamar “Euclides D”.

Leia mais:

O Gigante Gasoso

[ Créditos: Conrado Seródio – Santana do Parnaiba, SP ]

Já a segunda imagem é um fantástico registro do maior planeta do Sistema Solar. Júpiter, com seus quase 780 mil km de diâmetro, tem volume suficiente para caber 1321 Terras em seu interior. As bandas de diferentes cores visíveis em sua atmosfera são formadas por gases de diferentes composições sendo misturados por violentas tempestades que fluem em direções opostas. À esquerda, a feição mais marcante de sua atmosfera, a Grande Mancha Vermelha é, na verdade uma tempestade anticiclônica, com dimensões que variam de 24 a 40 mil km. Essa tempestade ocorre na atmosfera joviana, ao menos desde as primeiras observações de Galileu Galilei, há mais de 400 anos, e deve permanecer por lá por muito tempo ainda.

Marcelo Zurita
Colunista

Pres. Associação Paraibana de Astronomia; membro da Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – e coordenador regional do Asteroid Day Brasil

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.