(Imagem: Shutterstock)
Qual é a sua preocupação com o envelhecimento da pele? Se a resposta for apenas a parte estética, saiba que os cuidados devem ser muito mais profundos. E, ao dizer profundos, está literalmente relacionado às camadas da pele. A pele, como o maior órgão do corpo humano, desempenha um papel essencial como barreira protetora contra agressões externas, como radiação ultravioleta, lesões físicas, microorganismos e poluição.
A beleza e os cuidados com ‘skincare’ tão em moda são importantes também, porém, não caia no marketing e no consumo relacionado a esses itens. Seu cuidado não deve ser apenas uma questão estética, mas de saúde, já que alterações na integridade ou função da pele podem indicar ou causar problemas médicos.
A pele protege contra infecções e agressões externas, mantendo o equilíbrio interno do corpo (homeostase), atua no controle da temperatura corporal através do suor e circulação, permite perceber o ambiente através do tato e a exposição solar na pele é essencial para sintetizar vitamina D, vital para os ossos e o sistema imunológico. Não é pouca coisa, não é mesmo?
Quando não cuidada adequadamente, a pele pode sofrer danos cumulativos que aceleram o envelhecimento e favorece doenças, como câncer de pele ou infecções crônicas.
O processo de envelhecimento da pele é causado por uma combinação de fatores intrínsecos (naturais e genéticos) e extrínsecos (ambientais e comportamentais). Muito se ouve falar de colágeno, elastina, ácido hialurônico e, sim, é a redução na proteção deles que causa o envelhecimento intrínseco, resultando em flacidez, rugas e afinamento da pele.
Já os fatores externos, como exposição ao sol, poluição, tabagismo e má alimentação são os que causam o envelhecimento extrínseco, que chega a ser responsável por até 80% dos sinais visíveis de envelhecimento, como manchas, rugas profundas e textura irregular.
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Como você pode perceber, certos hábitos cotidianos podem acelerar significativamente o envelhecimento da pele, contribuindo para o surgimento de rugas, manchas e perda de elasticidade. Na lista a seguir, estão 8 dos principais fatores que devem ser evitados ou corrigidos.
Se expor ao sol sem proteção é um dos principais fatores externos que aceleram o envelhecimento da pele, processo chamado de fotoenvelhecimento. Isso ocorre devido à ação dos raios ultravioletas (UV) que penetram as camadas da pele, causando danos cumulativos ao longo do tempo.
Os raios UVA penetram profundamente na pele, atingindo a derme e são responsáveis pela degradação do colágeno e da elastina, estruturas que mantêm a firmeza e elasticidade da pele. Por este motivo, estão relacionados a rugas, flacidez e manchas escuras.
Já os raios UVB atingem principalmente a epiderme e são os principais causadores de queimaduras solares. Eles danificam diretamente o DNA das células, aumentando o risco de mutações e câncer de pele.
A exposição solar estimula a formação dos conhecidos radicais livres, moléculas instáveis que também aceleram o envelhecimento celular e promovem inflamações.
Ao longo do tempo, os efeitos da exposição solar prolongada e desprotegida ficam mais nítidos. A perda de colágeno leva à formação de linhas marcadas que levam a rugas mais profundas. Os lentigos solares (conhecidas como ‘manchas de idade’) são causados pela hiperpigmentação causada pela exposição excessiva ao sol.
A flacidez aparece devido a redução da firmeza por dano estrutural nas fibras de elastina. A pele vai ficando mais áspera, espessa e ressecada. E finalmente, a mais grave de todas as consequências, é o câncer de pele, que inclui carcinomas basocelulares, espinocelulares e melanomas, que são potencialmente letais.
Para se prevenir, use diariamente um filtro solar com FPS mínimo de 30, que deve ser reaplicado a cada 2 horas ou após transpiração intensa ou mergulhos.
Use chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV e busque sombra entre 10h e 16h, quando a radiação é mais intensa. Hidrate a pele regularmente para fortalecer sua barreira natural. Você pode fazer isso usando produtos com antioxidantes (vitamina C, E ou niacinamida) para combater os radicais livres.
Evite bronzeamento artificial porque as cabines de bronzeamento emitem raios UVA em níveis muito altos, aumentando os riscos de fotoenvelhecimento e câncer.
A hidratação adequada, tanto interna (beber água) quanto externa (uso de hidratantes), é essencial para manter a saúde e a aparência da pele. A falta de hidratação compromete a função de barreira da pele, acelerando o envelhecimento cutâneo e aumentando a sensibilidade a agentes externos.
A água é essencial para o funcionamento celular, e sua carência pode causar ressecamento e descamação porque a pele perde elasticidade e fica mais áspera. Sem hidratação suficiente, a pele é mais vulnerável a irritações e alergias e, essa falta de água, reduz o metabolismo das células da pele, prejudicando sua renovação.
Embora a ingestão de água não substitua o uso de hidratantes, é crucial para sustentar a hidratação de dentro para fora. A hidratação tópica ajuda a formar uma barreira que evita a perda excessiva de água pela pele.
Se a pele perde mais água, favorece rachaduras e irritação. A pele seca tende a formar linhas finas mais rapidamente e provoca um aspecto opaco e sem viço. Além disso, você fica mais propenso a doenças de pele (como eczema e dermatite), causadas pela falta de proteção natural.
Para evitar a desidratação, beba pelo menos 2 litros de água por dia, ajustando conforme suas necessidades. Use produtos adequados para o seu tipo de pele (seca, oleosa, mista ou sensível). Mantenha uma rotina regular, aplicando hidratante pela manhã e à noite após a limpeza da pele e use umidificadores em locais secos ou com ar-condicionado.
O tabagismo é um dos principais fatores externos que aceleram o envelhecimento da pele. Substâncias presentes no cigarro, como a nicotina e os radicais livres, promovem alterações significativas na aparência e na estrutura da pele, levando a um processo de envelhecimento prematuro.
O hábito de fumar não apenas impacta a saúde geral, mas também acelera significativamente os sinais visíveis do envelhecimento. A nicotina causa vasoconstrição, reduzindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes para a pele. Isso resulta em uma aparência opaca e pálida.
Os radicais livres (olha eles aí de novo) presentes no cigarro danificam as fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela firmeza e elasticidade da pele. Essa destruição promove rugas e flacidez.
O movimento repetitivo de segurar o cigarro com os lábios contribui para rugas ao redor da boca (chamadas de rugas periorais). As linhas na testa e ao redor dos olhos também são mais evidentes em fumantes.
Já falamos da hidratação, então saiba que fumar reduz a capacidade da pele de reter água, levando ao ressecamento e uma aparência áspera.
É notado o aumento da pigmentação irregular devido às substâncias químicas no cigarro que podem desencadear manchas escuras, agravando problemas de hiperpigmentação.
A redução da circulação sanguínea também compromete a regeneração celular, prolongando o tempo de cicatrização de feridas. Em termos de aspecto clínico,
O conjunto de características associadas ao envelhecimento cutâneo causado pelo cigarro é chamado de “face de fumante”. Este termo descreve a pele fina, enrugada, amarelada e sem viço comumente observada em fumantes frequentes.
É possível reverter os danos, sim. Embora alguns danos sejam permanentes, parar de fumar pode melhorar a saúde geral da pele ao longo do tempo.
O consumo excessivo de álcool afeta diretamente a saúde da pele, acelerando o envelhecimento por meio de processos inflamatórios, desidratação e danos estruturais. O impacto é cumulativo e reflete não apenas na aparência, mas também na função protetora da pele.
O álcool é um diurético, aumentando a perda de líquidos e deixando a pele ressecada e sem elasticidade. A desidratação prejudica a capacidade da pele de se regenerar, resultando em uma aparência cansada e opaca.
O consumo exagerado de álcool desencadeia processos inflamatórios sistêmicos, que afetam a produção de colágeno e elastina, essenciais para a firmeza da pele. O álcool provoca dilatação dos vasos capilares, causando vermelhidão crônica e condições como rosácea. Com o tempo, pode levar à formação de veias aparentes (telangiectasias), especialmente no rosto.
O álcool compromete a síntese de colágeno, acelerando o aparecimento de rugas e flacidez. Também contribui para a degradação das fibras existentes, agravando os sinais de envelhecimento.
O aumento do estresse oxidativo acontece por conta do aumento da produção de radicais livres (de novo), que danificam as células da pele. Isso intensifica o fotoenvelhecimento quando combinado com exposição solar.
O álcool interfere na absorção de nutrientes essenciais (como vitaminas A, C e E), fundamentais para a saúde cutânea. Assim, a regeneração celular é mais lenta, deixando a pele mais vulnerável a danos.
O sono é essencial para a saúde da pele, pois durante o descanso o corpo realiza processos regenerativos fundamentais. A privação de sono, especialmente de forma crônica, compromete essas funções, acelerando o envelhecimento cutâneo e causando danos visíveis e estruturais à pele.
Durante o sono profundo, o corpo aumenta a produção de colágeno, essencial para manter a firmeza e elasticidade da pele. A falta de sono reduz esse processo, levando à formação de rugas e flacidez.
O sono inadequado eleva os níveis de cortisol (hormônio do estresse), que degrada colágeno e elastina, e reduz os níveis de hormônio do crescimento, fundamental para a reparação celular. O sono inadequado altera o balanço hídrico da pele, tornando-a mais seca e com menor capacidade de reter água, o que agrava a aparência cansada e opaca.
A privação de sono reduz a capacidade da pele de combater os radicais livres (sim, também), que causam danos às células e aceleram o fotoenvelhecimento (danos causados pela luz solar).
O fluxo sanguíneo é alterado pela falta de sono, resultando em olheiras escuras e inchaço ao redor dos olhos. Além disso, aumenta os processos inflamatórios, deixando a pele mais propensa a acne, rosácea e irritações.
Procure dormir de 7 a 9 horas por noite, que é o ideal para que a pele se regenere adequadamente. Práticas como meditação e ioga podem ajudar a diminuir os níveis de cortisol e melhorar a qualidade do sono.
A exposição constante à poluição e a falta de uma rotina de limpeza adequada estão entre os principais fatores externos que aceleram o envelhecimento da pele. Esses fatores danificam a barreira cutânea e promovem processos inflamatórios, contribuindo para uma aparência desgastada e envelhecida.
A poluição do ar contém partículas microscópicas (PM 2.5, metais pesados, ozônio) que penetram na pele e geram radicais livres. Esses radicais danificam o DNA celular, reduzem o colágeno e promovem rugas, flacidez e manchas escuras.
Poluentes ativam processos inflamatórios na pele, resultando em sensibilidade, acne e agravamento de condições como rosácea e dermatite. A poluição compromete a camada lipídica protetora da pele, tornando-a mais suscetível à desidratação e irritações.
Os poluentes podem estimular a produção de melanina, contribuindo para o surgimento de manchas escuras e tom de pele irregular.
Associado a isso, uma rotina de limpeza deficiente agrava os efeitos da poluição, pois partículas poluentes permanecem na superfície da pele, obstruindo os poros e dificultando a regeneração. Entre as consequências estão o acúmulo de impurezas, levando a cravos e espinhas, a textura irregular, devido ao aumento de células mortas e a perda de luminosidade, deixando a pele opaca.
Invista em uma rotina de cuidados de limpeza (como sabonetes adequados, tônicos, óleos e séruns de limpeza), além, é claro, do protetor solar.
O consumo excessivo de açúcar processado não apenas impacta a saúde geral, mas também acelera o envelhecimento da pele por meio de um processo chamado glicação. Esse processo é uma reação química em que o açúcar se liga às proteínas da pele, como o colágeno e a elastina, formando produtos finais de glicação avançada (AGEs, na sigla em inglês). Esses produtos prejudicam a estrutura e a funcionalidade dessas proteínas essenciais, contribuindo para o envelhecimento precoce da pele.
A glicação faz com que o colágeno e a elastina se tornem mais rígidos e menos flexíveis, o que resulta em uma pele menos firme, mais flácida e com rugas mais profundas. Com o acúmulo de AGEs, a capacidade da pele de se regenerar diminui. Isso acelera o processo de envelhecimento celular, tornando a pele mais vulnerável a danos e com aparência mais cansada.
A glicação aumenta a produção de radicais livres e ativa processos inflamatórios na pele, o que pode levar ao surgimento de manchas, irritações e até ao agravamento de condições como acne e rosácea.
O excesso de glicose no sangue, combinado com o aumento da produção de AGEs, pode intensificar o estresse oxidativo, danificando as células da pele e acelerando os efeitos do fotoenvelhecimento (danos causados pela exposição ao sol).
Alimentos ricos em açúcares refinados, como refrigerantes, doces, bolos e produtos industrializados, são os principais responsáveis pela elevação dos níveis de glicose no sangue, que favorecem o processo de glicação.
Consumir alimentos ricos em antioxidantes (como frutas, vegetais e grãos integrais) pode ajudar a combater os efeitos da glicação e proteger a pele dos danos causados por radicais livres.
Se você acha que o estresse crônico só impacta a sua saúde mental, saiba que a pele também é vítima dele. Isso porque uma série de reações fisiológicas que envolvem hormônios do estresse, inflamação e degradação do colágeno, resultam em uma pele mais envelhecida, opaca e propensa a problemas cutâneos.
O estresse crônico eleva os níveis de cortisol, um hormônio que, quando em excesso, pode enfraquecer a barreira cutânea, aumentar a perda de água e reduzir a capacidade de regeneração da pele. Além disso, o cortisol também diminui a produção de colágeno, levando ao aparecimento de rugas, flacidez e perda de elasticidade.
O estresse ativa a resposta inflamatória no corpo, contribuindo para condições como acne, rosácea e dermatites. A inflamação crônica danifica as células da pele e pode causar manchas, vermelhidão e envelhecimento precoce.
O estresse mental também pode aumentar a produção de radicais livres (não iríamos terminar sem eles) e aceleram o fotoenvelhecimento, causando rugas e perda de luminosidade.
O estresse impacta diretamente nos outros fatores desta lista. A perda da qualidade do sono por conta do estresse, por exemplo, impede que o corpo realize processos importantes de regeneração celular durante a noite.
O estresse também pode levar a hábitos prejudiciais à saúde da pele, como o tabagismo, o excesso de álcool e a alimentação desequilibrada, que agravam ainda mais os sinais de envelhecimento.
A prática regular de atividades físicas reduz os níveis de estresse, melhora a circulação e auxilia na produção de substâncias que promovem uma pele saudável e jovem. E se fizer exercícios ao ar livre, proteja-se bem do sol, evite horários mais quentes, hidrate-se bem e seja feliz, o melhor remédio para uma pele saudável!
Esta post foi modificado pela última vez em 4 de agosto de 2025 12:36