Músicos devem perder renda por conta da IA; entenda

Levantamento projeta perdas significativas para músicos, enquanto empresas de tecnologia podem ver crescimentos substanciais
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 06/12/2024 03h30, atualizada em 06/01/2025 19h22
Disco em uma vitrola
(Imagem: TSViPhoto/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um novo estudo econômico global da CISAC alerta que a inteligência artificial (IA) generativa pode reduzir substancialmente a renda dos criadores de música nos próximos cinco anos.

A pesquisa, realizada pela PMP Strategy e publicada esta semana, prevê que o mercado de música e conteúdo audiovisual gerado pela tecnologia crescerá de € 3 bilhões (R$ 19,07 bilhões, na conversão direta) atualmente para € 64 bilhões (R$ 406,86 bilhões) até 2028.

No entanto, os criadores de música enfrentarão perdas significativas de receita devido ao uso não autorizado de suas obras por modelos de inteligência artificial e à substituição de seus fluxos tradicionais de receita, com a IA competindo com a produção humana.

música ia
Conteúdo musical gerado por IA deverá crescer nos próximos anos (Imagem: Thongden Studio/Shutterstock)

Leia mais:

Artistas ganhando menos, empresas ganhando mais com IA

  • O estudo também projeta grande crescimento para as receitas das empresas de IA generativa, que devem passar de € 100 milhões (R$ 635,72 milhões) em 2023 para € 4 bilhões (R$ 25,42 bilhões) até 2028, com parte dessa receita advinda da reprodução não licenciada de obras de criadores;
  • Isso representaria transferência de valor dos criadores para as empresas de tecnologia;
  • Além disso, a pesquisa indica que, até 2028, a música gerada por IA pode representar cerca de 20% das receitas de plataformas de streaming e 60% das receitas de bibliotecas musicais.

Björn Ulvaeus, presidente da CISAC, destacou que, apesar das oportunidades criadas pela IA, é essencial haver regulamentação adequada para proteger os direitos dos criadores e garantir ambiente de IA que favoreça a criatividade humana.

Andrea Czapary Martin, CEO da PRS for Music, acrescentou que, além de buscar regulamentação responsável, sua organização também utiliza IA para melhorar processos e pagamentos de royalties.

IA música
Especialistas pedem regulamentação para proteger criadores de músicas de serem prejudicados por IAs (Imagem: Something Special/Shuttestock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.